Childstories.org
  • 1
  • Contos bonitas
    para crianças
  • 2
  • Ordenado por
    tempo de leitura
  • 3
  • Perfeito para
    ler em voz alta
A luz azul
Grimm Märchen

A luz azul - Contos de fadas dos Irmãos Grimm

Tempo de leitura para crianças: 14 min

Era uma vez um bravo soldado, que durante muitos anos serviu ao rei fielmente. Mas, quando terminou a guerra e não podia mais prestar serviço por causa dos numerosos ferimentos recebidos, o Rei disse-lhe:

– Podes regressar a tua casa, não preciso mais de ti; quanto a dinheiro, não receberás nenhum, porquanto só tem direito a pagamento quem me presta bom serviço. O soldado não sabia como iria viver; foi-se embora muito desgostoso e andou o dia inteiro, até que, ao cair da noite, chegou a uma floresta. Quando escureceu de todo, avistou uma luz; caminhou nessa direção e foi dar a uma casinha habitada por uma bruxa. – Dá-me um lugar para dormir e alguma coisa para comer e beber, senão morrerei de fome. A velha respondeu-lhe:

Quem é que dá esmola a um soldado vagabundo? Mas eu quero ser caridosa e te abrigar, se fizeres o que desejo. Que é que desejas? – perguntou o soldado. – Quero que, amanhã, me faças o favor de cavar o meu jardim. O soldado, no dia seguinte, pôs-se à obra e cavou com afinco, até perder as forças, mas no fim do dia não tinha terminado o trabalho. – Bem vejo que por hoje não podes continuar, – disse a velha – vou dar-te abrigo mais esta noite para que, amanhã, me raches um carro cheio de lenha. O soldado aceitou e, no dia seguinte, trabalhou o dia inteiro; quando anoiteceu, a bruxa propôs que ficasse mais uma noite. – Amanhã terás que fazer um pequeno trabalho: atrás da casa há um velho poço sem água, no qual me caiu o lampião; tenho-lhe amor porque dá uma bela luz azul que nunca se apaga, tens que mo trazer. No outro dia, o soldado, conduzido pela bruxa, foi onde estava o poço e desceu num cêsto prêso a uma corda. Quando chegou ao fundo, encontrou a luz azul e fêz-lhe sinal para que o puxasse para cima. A velha subiu o cêsto e, quando êle chegou à bôca do poço, ela estendeu logo a mão querendo agarrar a luz azul. – Não, disse o soldado percebendo-lhe má intenção, – não te dou a luz enquanto não tiver os dois pés em terra firme. Então a bruxa enfureceu-se, deixou-o cair novamente dentro do poço e foi-se embora. O pobre soldado caiu no fundo sem se machucar e a luz azul continuava a brilhar, mas para quê? Êle sa-
bia muito bem que não escaparia da morte. Ficou algum tempo lá sentado, muito triste; depois meteu a mão no bolso distraidamente e encontrou o seu velho cachimbo quase cheio de tabaco. „Será a minha última consolação!“ pensou êle. Tirou-o do bôlso, acendeu-o na luz azul e começou a fumar. Quando a fumaça se espalhou dentro do poço, apareceu-lhe, de repente, um anão, que lhe disse:

– Senhor, que ordenas? – Que devo ordenar?! respondeu muito admirado o soldado. – Eu estou encarregado de fazer tudo o que quiseres, – disse o anão. – Bem, neste caso, quero que me ajudes, antes de mais nada, a sair dêste poço. O anão pegou-o pela mão e levou-o por um corredor subterrâneo, sem esquecer-se de levar, também, a luz azul. Pelo caminho ia-lhe mostrando os tesouros que a bruxa tinha acumulado e escondido lá em baixo, e o soldado levou tanto ouro quanto lhe foi possível carregar; ao chegarem à superfície da terra, ordenou ao anãozi- nho:

– Agora vai e amarra bem a velha bruxa, depois leva-a ao tribunal para ser julgada. Dentro em pouco, a bruxa apareceu montada num gato selvagem e passou veloz como o vento, gritando horrivelmente; daí a pouco o anão tornou a voltar. – Pronto! – disse êle – a bruxa já está pendurada na fôrca. Queres mais alguma coisa, patrão? – No momento não, – disse o soldado – podes voltar para casa; mas ficn a mão, pois, caso venha a precisar ainda de ti, te chamarei. Não precisas chamar, basta acender o cachimbo
na luz azul, – disse o anão – e imediatamente estarei às tuas ordens. – Com isso, desapareceu. O soldado voltou à cidade de onde tinha vindo. Alojou-se na melhor hospedaria, mandou fazer lindas roupas; depois mandou o estalajadeiro arrumar-lhe um esplêndido aposento, com o maior luxo possível. Depois de tudo pronto, e o soldado magnificamente instalado, chamou o anãozinho prêto e disse-lhe:

– Escuta aqui: eu servi o rei, com a maior fidelidade, durante muitos anos. Em troca disso, êle me dispensou, deixando-me na mais cruel penúria; agora quero vingar-me dêle. – Que devo fazer? – perguntou o anão. – Esta noite, quando a princesa estiver dormindo, irás buscá-la para que venha aqui servir-me de criada. – Para mim é facílimo, mas para ti é coisa arriscada, – respondeu o anão; – quando vierem a saber disso, estarás em maus lençóis. Todavia ao dar meia-noite, a porta escancarou-se e o anão trouxe a princesa, que estava mergulhada em profundo sono. De manhã, o soldado disse-lhe:

– Estás aqui? Depressa para o trabalho, anda! Toma essa vassoura e varre-me o quarto. Depois que ela terminara de varrer, ordenou-lhe que se aproximasse da poltrona em que estava sentado e disse-lhe:

– Descalça-me as botas! Quando as descalçou atirou-lhas no rosto, mandando que as limpasse e lustrasse muito bem. A môça executava tudo o que lhe era ordenado sem se rebelar, muda, e com os olhos semi-serrudos. Ao primeiro canto do galo, o anão tornou a levá-la para o castelo, depondo-a na cama. Na manhã seguinte, ao levantar-se a princesa foi ter com o pai e contou-lhe que tivera um sonho muito esquisito: – „Imagine, fui carregada pelas ruas da cidade tão ràpidamente como se levada por um raio; fui conduzida ao quarto de um soldado, ao qual tive que servir e obedecer-lhe as ordens, fazendo os serviços mais grosseiros: varrer o quarto e limpar-lhe as botas. Tudo não passou de um sonho, mas estou muito cansada, como se realmente tivesse feito tudo aquilo.“

– Quem sabe se o sonho não foi verdadeiro! – exclamou o rei: vou dar-te um conselho; faze um buraqui- nho no bôlso do teu vestido e enche-o de ervilhas. Se por acaso alguém vier buscar-te novamente, as ervilhas irão se espalhando pelas ruas e deixarão o rasto. Enquanto o rei assim falava, o anão invisível que estava perto, ouviu tudo. À noite, quando tomou a levar a filha do rei, adormecida, através das ruas da cidade, algumas ervilhas caíram e dispersaram-se aqui e ali, mas sem deixar rasto nenhum; porque o esperto anão já tinha prèviamente espalhado outras por tôda parte. E a princesa teve outra vez de servir de criada ao soldado até que o galo cantou. Logo pela manhã, o rei mandou alguns homens de sua confiança procurar o rasto; mas foi em vão; em tôdas as estradas, havia uma porção de crianças catando as ervilhas e dizendo alegremente: – „Esta noite choveu ervilhas.“

– Temos de inventar outra coisa, – disse o rei. – Quando fôres dormir, não tires os sapatos, e, quando es
tiveres lá no quarto, antes de sair esconde um pé debaixo de um móvel qualquer, que eu saberei descobri-lo. Ainda desta vez, o anão ouviu tudo e, à noite, quando o soldado mandou que lhe trouxesse a princesa, êle desaconselhou-o, dizendo que contra essa astúcia êle nada podia fazer; se o sapato fôsse encontrado no quarto, as coisas acabariam muito mal. – Faze o que te ordeno, – replicou o soldado. Portanto, a princesa teve que trabalhar como simples empregada também nessa terceira noite; mas, antes de ser carregada pelos ares, deu um jeito e escondeu um sapatinho debaixo da cama. No dia seguinte, logo pela manhã o rei mandou gente de sua confiança procurar o sapato por tôda a cidade; por fim, depois de vasculhar tudo, foram encontrá-lo debaixo da cama do soldado; e êste, que por conselho do anão já estava fugindo da cidade, foi alcançado e trancafiado na prisão. Na sua pressa de fugir, o soldado esquecera o melhor, a luz azul, e no bôlso não tinha mais que uma moeda de ouro. Prêso aos grilhões na sua cela, o soldado estava perto da janela e nisso viu aí colocado, como sentinela, um dos seus antigos e bons camaradas de regimento. Bateu no vidro e, quando o amigo se aproximou, disse-lhe:

– Meu amigo, faze-me o favor de ir buscar o embrulho que esqueci na hospedaria; eu te darei uma moeda de ouro por isso. O amigo, assim que pôde, saiu correndo e foi buscar o embrulho; pouco depois estava de volta com êle e entregou-o ao soldado. Êste, assim que ficou só, acendeu o cachimbo e chamou o unãozinho. – Não tenhas mêdo! – disse-lhe o anão – Vai aonde te levarem e deixa as coisas correrem; somente não te esqueças de levar a luz azul. No dia seguinte, o soldado foi submetido a julgamento e, embora não tivesse cometido crime grave algum foi condenado à morte. Ao dirigir-se para a fôrca, êle pediu ao rei que lhe concedesse uma derradeira graça. – Que desejas? – perguntou o rei. – Desejo fumar, ainda uma vez, o cachimbo pelo caminho. – Podes fumar até três vêzes, – disse o rei – mas não penses que te concederei a vida. Então o soldado pegou o cachimbo e acendeu-o na luz azul; mal se evolaram dêle duas espirais em forma de círculo, eis que surge o anãozinho com um pau na mão, dizendo:

– Que ordena o meu amo? – Espanca tôda essa gente e corre-me com ela – disse o soldado -, êsses juizes hipócritas, êsses esbirros estúpidos e não poupes nern mesmo o rei, que me tratou tão mal. Como um raio, o anãozinho atirou-se sôbre aquela gente tôda e ziguezague, pauladas de cá, pauladas de lá; mal tocava num com o pau êste logo caía prostrado e não ousava mexer-se mais. O rei, cheio de mêdo, ao ver aquela confusão, pôs- se a gemer e a suplicar para que lhe poupassem a vida; em troca disto deu a filha em casamento ao soldado e todo o seu reino.

LanguagesLearn languages. Double-tap on a word.Learn languages in context with Childstories.org and Deepl.com.

Antecedentes

Interpretações

Língua

„A Luz Azul“ é um conto dos Irmãos Grimm que, como muitos dos seus contos, mistura elementos de fantasia, moralidade e crítica social. Nesta narrativa, um soldado experiente e leal é despedido sem nenhuma compensação por seus anos de serviço ao rei, ilustrando uma crítica ao tratamento injusto de veteranos. Após uma série de eventos que envolvem uma bruxa e uma misteriosa luz azul, o soldado descobre um meio de obter o que deseja através da ajuda de um anão mágico obediente.

A história serve como uma metáfora para o poder e a transformação. A luz azul, simbolizando o conhecimento oculto e o poder latente, concede ao soldado controle sobre o seu destino. Com a ajuda do anão, ele não só se vinga das injustiças que sofreu, mas também reivindica uma posição de poder, forçando o rei a ceder seu reino e a mão de sua filha em casamento.

Ao longo do conto, temas como justiça, vingança e fortuna estão entrelaçados. Ao final, o soldado, que foi inicialmente tratado com desdém e desrespeito, consegue inverter sua situação ao seu favor. Assim, o conto aborda a questão da meritocracia e da justa retribuição, levantando questões sobre a moralidade do poder e das decisões governamentais.

Além disso, o conto destaca o elemento sobrenatural comum nos trabalhos dos Irmãos Grimm, onde figuras mágicas e eventos fantásticos servem como agentes de transformação, tanto pessoal quanto social. A capacidade do soldado de superar suas adversidades por meio dessas forças mágicas oferece uma narrativa envolvente sobre resiliência e recuperação de autoridade pessoal.

Esta história, rica em simbolismo e imaginação, continua a encantar e intrigar leitores, oferecendo lições morais e uma crítica sutil às estruturas de poder e às injustiças sociais.

A história „A Luz Azul“ dos Irmãos Grimm é um conto de fadas que fala sobre justiça, vingança e transformação. Aqui está uma análise e algumas interpretações possíveis do conto:

Vingança e Justiça: O conto explora temas de injustiça e vingança. O soldado, que serviu fielmente ao rei, é dispensado sem qualquer recompensa ou reconhecimento por seus serviços. A injustiça sofrida pelo soldado se torna o principal motivador de suas ações posteriores. Quando ele encontra o poder através do anão e da luz azul, ele busca primeiro a vingança contra aqueles que o prejudicaram.

A Naturalização da Vingança: Uma das questões interessantes do conto é a maneira como a vingança do soldado é retratada de forma quase natural ou justificada. Isso reflete uma visão moral em que as ações retributivas são vistas como um direito do ofendido, uma tradição comum em muitos contos de fadas.

O Papel do Sobrenatural: A presença da bruxa, do poço encantado e do anão mágico evidencia o uso do sobrenatural para resolver o conflito humano central no conto. O anão representa a mudança de poder – uma vez impotente e abandonado, o soldado agora possui o meio para executar sua vingança e restabelecer sua posição.

Servidão e Poder: É interessante como o soldado, após conseguir o poder, reverte a dinâmica de poder ao fazer a princesa servi-lo. Isso reflete um desejo de equilibrar as injustiças que ele sentiu, mas também levanta questões sobre o ciclo de poder e servidão.

Moralidade Ambígua: O conto tem uma moralidade ambígua, comum nos contos dos Irmãos Grimm. Embora o herói alcance uma espécie de justiça ao final, os meios que utiliza e o fato de que ele força a princesa a servi-lo colocam-no em uma luz moralmente complexa.

Transformação e Ascensão: Finalmente, a história aborda a transformação social do soldado, de um simples servidor a um rei, através do uso de habilidades mágicas. Isso representa um dos desejos fundamentais em muitos contos populares: ascender socialmente e melhorar suas condições de vida de maneira mágica ou miraculosa.

No geral, „A Luz Azul“ oferece uma reflexão sobre o poder, as consequências da vingança e a busca por justiça em um mundo onde o mágico e o real se entrelaçam.

„A Luz Azul“ dos Irmãos Grimm é um conto de fadas que, como muitas outras histórias dos Grimm, reflete os temas de justiça e vingança através de elementos fantásticos e morais típicos do gênero. Neste conto, podemos observar uma série de elementos e símbolos que se prestam a uma análise linguística e temática.

O conto segue uma estrutura de três partes clássicas: a introdução com o soldado sendo dispensado e maltratado, o desenvolvimento com a descoberta da luz azul e o encontro com o anãozinho, e a conclusão onde o soldado consegue sua vingança e recompensa. Os temas principais são a injustiça e a retribuição, comuns em contos de fadas, com um protagonista inicialmente injustiçado que, por meio de astúcia e intervenções mágicas, vence seus opressores.

O Soldado: Simboliza a figura do herói injustiçado, um arquétipo comum. Sua lealdade não é recompensada, o que justifica sua busca por vingança e justiça.
A Bruxa: Representa a figura frequentemente ambígua nos contos de fadas dos Grimm. Ela oferece ajuda, mas com segundas intenções, destacando o perigo de aceitar ajuda de estranhos sem garantia.
O Anão: É o elemento mágico que possibilita a virada de sorte do protagonista. Elementos como o anão frequentemente representam forças sobrenaturais que intervêm nos destinos dos mortais.
A Luz Azul: Símbolo do poder e do conhecimento oculto. Assim como o fogo e outras fontes de luz nos contos de fadas, ela é a chave para os eventos mágicos que se desenrolam.

Diálogo: Os diálogos são diretos e simples, como é comum em contos de fadas, servindo para mover a trama e esclarecer as intenções dos personagens.
Repetição e Estruturação: Como outros contos dos Grimm, há o uso de repetição de eventos (três tarefas solicitadas pela bruxa, três noites de serviço da princesa), uma estrutura que cria ritmo e suspense.
Imagens e Metáforas: O uso de descrições visuais como a „luz azul“ e a transformação visível do anão ajudam a criar imagens vívidas que sustentam a fantasia da história.

Moral e Valores: A moral da história, como em muitos contos dos Grimm, está centrada na justiça e na retribuição. O soldado é recompensado por sua lealdade e resistência ao infortúnio, enquanto aqueles que o tratam mal (como a bruxa e o rei inicialmente) são punidos ou caem em desgraça até reconhecerem suas transgressões.

Conexão Cultural e Social: Reflete um tempo em que soldados muitas vezes não eram recompensados após o serviço. A história evoca um sistema feudal onde a hierarquia e recompensas eram comuns, mas também microscopia das falhas desse sistema para tratar justamente aqueles que eram mais vulneráveis, como os soldados que serviam ao rei.

„A Luz Azul“ usa a simplicidade e o simbolismo poderoso, aparentes em muitos contos dos Grimm, para chegar a uma narrativa de justiça retributiva que ressoa através de elementos encantados e desempenhos arquetípicos.


Informação para análise científica

Indicador
Valor
NúmeroKHM 116
Aarne-Thompson-Uther ÍndiceATU Typ 562
TraduçõesDE, EN, DA, ES, FR, PT, HU, IT, JA, NL, PL, RU, TR, VI, ZH
Índice de legibilidade de acordo com Björnsson36.4
Flesch-Reading-Ease Índice34.5
Flesch–Kincaid Grade-Level12
Gunning Fog Índice15.9
Coleman–Liau Índice9.4
SMOG Índice12
Índice de legibilidade automatizado7.5
Número de Caracteres9.335
Número de Letras7.220
Número de Sentenças96
Número de Palavras1.687
Média de Palavras por frase17,57
Palavras com mais de 6 letras318
percentagem de palavras longas18.9%
Número de Sílabas3.081
Média de Sílabas por palavra1,83
Palavras com três sílabas376
Percentagem de palavras com três sílabas22.3%
Perguntas, comentários ou relatórios de experiência?

Os melhores contos de fadas

Direito autoral © 2025 -   Sobre nós | Proteção de dados |Todos os direitos reservados Apoiado por childstories.org

Keine Internetverbindung


Sie sind nicht mit dem Internet verbunden. Bitte überprüfen Sie Ihre Netzwerkverbindung.


Versuchen Sie Folgendes:


  • 1. Prüfen Sie Ihr Netzwerkkabel, ihren Router oder Ihr Smartphone

  • 2. Aktivieren Sie ihre Mobile Daten -oder WLAN-Verbindung erneut

  • 3. Prüfen Sie das Signal an Ihrem Standort

  • 4. Führen Sie eine Netzwerkdiagnose durch