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A casa na floresta
A casa na floresta Märchen

A casa na floresta - Contos de fadas dos Irmãos Grimm

Tempo de leitura para crianças: 14 min

Houve, uma vez, um pobre lenhador que morava, com a mulher e três filhas, numa pequena choupana, na orla de espessa floresta. Certa manhã, antes de sair para o trabalho, disse à mulher:

– Manda nossa filha mais velha levar-me o almoço, do contrário não poderei acabar o trabalho; mas, para que ela não perca o caminho, levarei comigo um saquinho de sementes que irei largando pelo chão. Assim, pois, quando o sol chegou a pique na floresta, a moça encaminhou-se, levando uma marmita de sopa. Mas, aconteceu que os pássaros da colina, os pardais e as cotovias, tinham comido as sementes que o pai deixara cair pelo caminho e a moça não conseguiu descobrir a pista. Contudo, foi andando sempre para a frente, até que o sol se pôs e caiu a noite. Na escuridão crescente, as folhagens das árvores sussurravam entre si, as corujas piavam e, então, a moça começou a tremer de medo. Subitamente, ela avistou, à distância, uma luz brilhante entre as árvores. – Deve morar alguém lá, – pensou ela, – que me dará pousada por esta noite. E encaminhou-se na direção da luz. Não demorou muito, chegou a uma casa que tinha todas as janelas iluminadas.

A casa na floresta Contos de fadas

Bateu na porta e ouviu uma voz rouca gritar de dentro:

– Entra! A moça entrou no corredor escuro e foi bater na porta da sala. – Entra, pois! – tornou a gritar a voz. A moça abriu a porta e viu um velho encanecido, sentado diante de uma mesa, com o rosto mergulhado nas mãos; a longa barba branca deslizava por sobre a mesa e ia parar no chão. Junto à lareira estavam três animais: uma franguinha, um franguinho e uma vaca malhada. A moça contou ao velho o que lhe havia acontecido e pediu que lhe desse agasalho por aquela noite. O velho então perguntou aos bichos:

Bela vaca malhada! E tu, minha franguinha,
meu belo frangote de crista,
dizei-me: que achais disto?

– Co, co, co, ro, co; tuc! – responderam os animais; naturalmente isso queria dizer: „Não temos nada com isso!,“ porque o velho disse à moça:

– Aqui não falta nada: vai à cozinha e prepara a ceia para nós. Na cozinha, a moça encontrou tudo em quantidade e preparou uma deliciosa ceia, mas não se lembrou dos animais. Uma vez pronta, levou para a mesa uma bela terrina cheia e, sentando-se ao lado do velho, comeu até fartar-se. Aí perguntou:

– Estou tão cansada! onde é que há uma cama para que possa deitar-me e dormir? Os animais responderam:

Com ele sozinha comeste,
sozinha com ele bebeste,
de nós não te lembraste;
nos dirás amanhã se é boa
a cama em que te deitaste!

O velho disse-lhe:

– Sobe aquela escada e encontrarás um quarto com duas camas. Ajeita bem o colchão e põe lençóis limpos; daqui a pouco irei dormir também.

A casa na floresta Contos de fadas

A moça subiu e, depois de ter arrumado bem as camas, deitou-se sem se lembrar do velho. Daí a pouco, porém, o velho subiu; aproximou-lhe do rosto sua vela acesa para melhor contemplá-la e meneou a cabeça. Certificando-se de que ela dormia profundamente, abriu um alçapão e deixou-a cair na adega subterrânea. Ao anoitecer, o lenhador chegou em casa e ralhou muito com a mulher por o ter deixado sem comida o dia inteiro. – Não é minha culpa, – respondeu a mulher. – Nossa filha saiu com o almoço, mas acho que se perdeu no caminho; voltará amanhã. Na manhã seguinte, o lenhador levantou-se muito cedo para ir à floresta e recomendou que a segunda filha lhe levasse o almoço. – Levarei um saquinho cheio de lentilhas, – disse ele. – São maiores do que as sementes e nossa filha poderá vê-las facilmente; assim não perderá o caminho. Ao meio-dia, a jovem encaminhou-se para levar o almoço ao pai, mas as lentilhas haviam desaparecido: os passarinhos as tinham comido, como no dia anterior, sem deixar o menor vestígio. Tal como a irmã, andou vagando pela floresta até anoitecer; também ela foi dar à choupana do velho, onde bateu e pediu comida e abrigo para aquela noite. O velho de barbas brancas novamente se dirigiu aos animais:

Bela vaca malhada! E tu, minha franguinha,
meu belo frangote de crista,
dizei-me: que achais disto?

– Co, co, co, ro, co; tuc! – responderam eles. E tudo correu como na noite precedente. A môça preparou uma boa ceia, comeu e bebeu com o velho, sem se preocupar com os animais. Quando ela perguntou onde era a cama, eles repetiram:

Com ele sozinha comeste,
sozinha com ele bebeste,
de nós não te lembraste;
nos dirás amanhã se á boa
a cama em que te deitaste!

Quando ela ferrou no sono, o velho chegou, olhou para ela meneando a cabeça e deixou-a, também, cair para dentro da adega. No terceiro dia, o lenhador disse à sua mulher:

– Hoje tens que mandar a terceira filha levar-me o almoço; ela sempre foi obediente e boazinha; tenho certeza que seguirá o caminho certo e não ficará perambulando pela floresta como as malandras das irmãs! A mulher não queria consentir, dizendo:

– Terei que perder, também, minha predileta? – Nada temas, – respondeu o marido, – a menina não se perderá pelo caminho, pois é muito sensata e prudente. Ademais, levarei um saco de grão-de-bico que irei espalhando pelo chão; são mais graúdos do que as lentilhas e indicarão melhor o caminho. Mas, quando a moça saiu com o cestinho no braço para levar o almoço, as pombas-rolas haviam dado cabo dos grãos-de-bicos e ela ficou sem saber que rumo tomar. Toda aflita pensou em como o pai estaria com fome e não tinha o que comer e, também, no desespero da mãe, quando não a visse voltar para casa. Assim caiu a noite e ela avistou a luzinha brilhando na choupana do velho; foi até lá, bateu na porta e pediu, gentilmente, um pouco de comida e pouso para aquela noite. O homem das barbas brancas tornou a perguntar aos animais:

Bela vaca malhada! E tu, minha franguinha,
meu belo frangote de crista,
disei-me: que achais disto?

Co, co, co, ro, co; tuc! – responderam eles. Então a moça dirigiu-se para a lareira e acariciou os animais, alisando as penas da franguinha e do belo franguinho e afagando o chifre da vaca malhada. Depois, por ordem do velho, preparou uma excelente comida e, quando pôs a terrina na mesa, disse:

– Enquanto eu mato a fome, estes pobres animais nada comem?

A casa na floresta Contos de fadas

Na cozinha, há tanta fartura; tratarei primeiro deles. Saiu da sala, foi buscar milho, espalhando-o diante do franguinho e da franguinha e para a vaca trouxe uma braçada de feno cheiroso. – Bom apetite, queridos animaizinhos, – disse ela; – se tiverem sede, aqui está água para beber. Colocou junto deles um balde cheio de água; o franguinho e a franguinha mergulharam os bicos na água, erguendo em seguida a cabeça como fazem as aves quando bebem; também a vaca malhada bebeu um bom trago. Depois de ter tratado dos animais, a moça sentou-se à mesa com o velho e comeu o que havia sobrado para ela.

A casa na floresta Contos de fadas

Não demorou muito, o franguinho e a franguinha meteram a cabeça em baixo da asa para dormir e a vaca malhada começou a pestanejar de sono. Então a menina perguntou ao velho:

– E nós? Não vamos também descansar? O velho perguntou aos animais:

Bela vaca malhada! E tu, minha franguinha. mau belo frangote de crista. disei-me: que achais disto?

Os animais responderam: Co, co, co, ro, co; tuc! Co, co, co, ro, co; tuc! Querendo com isso dizer:

Com todos nós comeste,
com todos nós bebeste,
em nós todos pensaste,
um bom descanso mereceste!

A moça subiu a escada, arrumou as camas e forrou-as com lençóis limpos. Quando ficaram prontas chegou o velho e se deitou; a barba branca chegava-lhe aos pés. A menina disse as orações, deitou-se na outra cama e adormeceu. Dormiu, tranquilamente, até a meia-noite, quando foi acordada por um grande barulho na casa. Ouvia-se a cabana estalar e chiar por todos os cantos, as portas abrindo e fechando como se empurradas pelo vento, as vigas gemendo como se as estivessem arrancando, a escada parecia ruir, por fim produziu-se um ruído como se o telhado tivesse desabado. Logo, porém, restabeleceu-se o silêncio e a menina, vendo que não lhe tinha acontecido nada, voltou a dormir sossegadamente. Mas, pela manhã, foi acordada pela luz forte do sol e qual foi o espetáculo que se lhe oferecia ao olhar? Viu- se deitada num salão enorme e, ao redor dela, tudo era suntuoso como num palácio real. Nas paredes, viam-se representações de flores de ouro desabrochando num campo de seda verde; a cama era de marfim e a colcha de veludo escarlate; e, sobre uma banqueta aí porto, havia um par de chinelinhos com pérolas. A moça julgou estar sonhando, mas nisso entraram três criadas ricamente vestidas e perguntaram quais eram as ordens. – Não vos incomodeis, – respondeu a moça; – levanto-me já, e vou preparar o almoço para o velho e, em seguida, darei comida também para o franguinho, para a franguinha e para a vaca malhada. Assim falando, pensou que o velho já tivesse levantado mas, olhando para a cama dele, viu ali dormindo uma pessoa desconhecida. Enquanto ela o estava assim contemplando, pois achava-o bonito e moço, ele despertou, levantou-se e disse:

– Eu sou príncipe, que uma bruxa perversa transformou em velho caduco, condenado a viver solitário nesta floresta, sem outra companhia além de uma galinha, um galo e uma vaca malhada, que eram meus três criados assim transformados. O encanto só cessaria quando aparecesse uma jovem de coração tão bondoso que se compadecesse dos animais como de mim. E tu foste essa jovem. Graças a ti, esta noite, à meia-noite, fomos todos libertados e a velha cabana da floresta voltou a transformar-se em castelo real. Depois de vestir-se e arrumar-se, o príncipe mandou os três criados buscar, numa carruagem, os pais da jovem, para que viessem assistir às núpcias. Mas a moça perguntou:

– Mas, e minhas irmãs, onde estão? – Prendi-as na adega. Amanhã, serão reconduzidas à floresta e dadas como criadas a um carvoeiro, até modificarem o mau gênio; até aprenderem a não deixar os pobres animais sofrerem fome.

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Informação para análise científica

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Valor
NúmeroKHM 169
Aarne-Thompson-Uther ÍndiceATU Typ 431
TraduçõesDE, EN, DA, ES, PT, HU, IT, JA, NL, PL, RO, RU, TR, VI, ZH
Índice de legibilidade de acordo com Björnsson36.6
Flesch-Reading-Ease Índice31.3
Flesch–Kincaid Grade-Level12
Gunning Fog Índice16.1
Coleman–Liau Índice10
SMOG Índice12
Índice de legibilidade automatizado7.3
Número de Caracteres9.722
Número de Letras7.577
Número de Sentenças107
Número de Palavras1.729
Média de Palavras por frase16,16
Palavras com mais de 6 letras353
percentagem de palavras longas20.4%
Número de Sílabas3.252
Média de Sílabas por palavra1,88
Palavras com três sílabas417
Percentagem de palavras com três sílabas24.1%
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