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O rei da Montanha Dourada
Grimm Märchen

O rei da Montanha Dourada - Contos de fadas dos Irmãos Grimm

Tempo de leitura para crianças: 14 min

Um certo mercador tinha dois filhos, um menino e uma menina, ambos muito novos, que ainda não sabiam andar. Ele possuía dois navios ricamente carregados viajando pelos mares onde embarcara toda sua riqueza na esperança de conseguir grandes lucros, quando chegaram notícias de que sua fortuna tinha desaparecido. Assim, de homem rico que era, tornou-se muito pobre, tão pobre que só lhe restara um pedacinho de terra. Para aliviar um pouco as preocupações de sua cabeça, costumava caminhar por ali. Certo dia em que estava perambulando em seu terreno, um anãozinho de cara enrugada apareceu à sua frente perguntando por que estava tão triste e o que confrangia tão profundamente seu coração. Mas o mercador replicou, „Se me pudesse fazer algum bem eu lhe contaria.“ – „Quem sabe se não posso?,“ disse o homenzinho. „Conte-me qual é o caso e talvez eu possa servir para alguma coisa.“ O mercador contou-lhe então como toda sua riqueza havia ido para o fundo do mar e como ele nada possuía exceto aquele pedacinho de chão. „Oh! Não se preocupe com isto,“ disse o anão, „apenas prometa trazer-me, daqui a doze anos, aquilo que primeiro vier ao seu encontro quando voltar para casa e eu lhe darei todo ouro que quiser.“

O mercador pensou que não era uma exigência muito grande, que muito provavelmente encontraria primeiro seu cão ou algo do gênero, mas esqueceu-se de seus filhinhos, por isso aceitou a barganha e assinou e selou o compromisso de cumprir a promessa. Ao se aproximar de casa, porém, seu garotinho ficou tão contente ao vê-lo, que engatinhou atrás dele e agarrou-se a suas pernas. O pai teve um sobressalto, pensando no pacto que havia feito, mas como não apareceu ouro algum, consolou-se pensando que tudo não passara de uma brincadeira do anão. Cerca de um mês mais tarde, ele subiu as escadas de um velho depósito de lenha à procura de algum ferro velho para vender e levantar algum dinheiro, e ali encontrou uma grande pilha de ouro sobre o chão. À vista disto, ficou muito satisfeito, voltou aos negócios e tornou-se um grande mercador como antes. Entretanto, seu filho ia crescendo, e com a aproximação do término do prazo de doze anos, o mercador foi ficando tão aflito e pensativo que sua tristeza e seus cuidados se estampavam em seu rosto. O filho perguntou-lhe certo dia o que estava acontecendo, mas o pai recusou-se a contar; mas, passado algum tempo, acabou contando que, sem o saber, vendera-o a um anãozinho de aparência repelente por uma grande quantia de ouro; e que estava se aproximando o término dos doze anos, ao fim dos quais teria que cumprir o acordo. Então o filho disse, „Pai, não se preocupe muito com isso; pode contar que eu darei um jeito no homenzinho.“

Quando chegou o momento, eles foram juntos até o lugar indicado e o filho riscou um círculo no chão e colocou-se junto com o pai em seu interior. O anãozinho logo apareceu e disse ao mercador, „Trouxe o prometido?“ O velho ficou em silêncio, mas seu filho respondeu, „O que você quer aqui?“ O anão respondeu, „Vim falar com seu pai, não com você.“ – „Você enganou e traiu meu pai,“ disse o filho. „Liberte-o de seu compromisso.“ – „Não,“ replicou o outro, „não abrirei mão de meus direitos.“

Isto provocou uma longa discussão ao fim da qual todos concordaram em que o filho seria colocado num bote que ficava ao lado de um rio não muito distante, e que o pai deveria empurrá-lo com a própria mão para que ele fosse deixado à deriva. O filho despediu-se então do pai e acomodou-se no barco; e quando este foi empurrado, adernou e caiu de lado na água, fazendo o mercador pensar que o filho houvesse morrido. O pai voltou para casa profundamente entristecido. Mas o barco não havia afundado e seguira navegando, e o rapaz ficou sentado dentro dele até encalhar numa terra desconhecida. Quando saltou na praia, viu à sua frente um lindo castelo cujo interior estava vazio e desolado por estar encantado. Andando pelo castelo, acabou encontrando uma serpente branca num dos quartos. Ora, a serpente branca era uma princesa encantada que se alegrou enormemente ao vê-lo e disse, „Vieste finalmente me libertar? Esperei doze longos anos por ti, pois somente tu podes me salvar. Esta noite, doze homens virão; suas faces serão pretas e eles estarão encadeados em correntes. Eles perguntarão a ti o que fazes aqui, mas fica em silêncio, não responde e deixa que façam o que quiserem – bater-te e torturar-te. Suporta tudo, só não fala nenhuma palavra e à meia-noite eles partirão. Na segunda noite, outros doze virão; e na terceira noite, serão vinte e quatro que irão até mesmo cortar tua cabeça. Mas às doze horas daquela noite, seu poder desaparecerá, e eu estarei livre e virei te trazer a água da vida, e com ela te lavarei e restaurarei tua vida e saúde.“

Tudo se passou como a princesa encantada havia dito; o filho do mercador não falou uma palavra e, na terceira noite, a princesa apareceu e caiu em seu pescoço e o beijou; alegria e satisfação explodiram por todo o castelo; as bodas foram celebradas e ele se tomou o rei da Montanha Dourada. Eles viveram juntos muito felizes e a rainha teve um filho. Oito anos haviam se passado quando o rei lembrou-se de seu pai: seu coração se comoveu e ele ficou ansioso para revê-lo. A rainha se opunha a sua ida dizendo, „Sei perfeitamente os infortúnios que virão.“ Ele não lhe deu descanso, porém, até ela consentir. Quando ia partir, ela o presenteou com um anel mágico dizendo, „Leva este anel e coloca-o no dedo; tudo que desejares, ele realizará: somente prometa que não o usarás para levar-me daqui até a morada de teu pai.“ Ele prometeu o que ela pedia, colocou o anel no dedo e desejou estar perto da cidade onde seu pai morava. Achou-se num instante diante dos seus portões, mas os guardas não quiseram deixá-lo entrar por estar vestido tão estranhamento. Ele foi então a uma montanha vizinha onde morava um pastor, tomou emprestado seu velho manto e assim entrou disfarçadamente na cidade. Quando chegou à casa do pai, contou-lhe que era seu filho, mas o mercador não quis acreditar, dizendo-lhe que havia tido apenas um filho que morrera havia muito tempo, e como ele estivesse vestido como um pobre pastor, nem mesmo lhe ofereceria alguma coisa de comer. O rei insistiu porém em que era seu filho dizendo, „Existe alguma marca pela qual saberias que sou realmente teu filho?“ – „Sim,“ observou a mãe, „nosso filho tinha um sinal na forma de uma framboesa debaixo do braço direito.“ Ele mostrou-lhes então a marca e eles ficaram satisfeitos por ser verdade o que havia dito. Em seguida ele lhes contou como era rei da Montanha Dourada, e que estava casado com uma princesa, e que tinha um filho de sete anos. Mas o mercador disse, „Isto jamais podería ser verdade; que rei é esse que viaja usando um manto de pastor?“ Isto deixou o filho muito irritado e, esquecendo sua promessa, virou o anel e desejou a presença de sua rainha e do filho. Num instante eles estavam diante dele, mas a rainha chorava dizendo que ele havia quebrado a palavra e que uma desgraça aconteceria. Ele fez o que pôde para tranqüilizá-la e ela finalmente pareceu se acalmar; mas não estava realmente calma, apenas meditava como podería vingar-se. Certo dia, ele levou-a para passear fora da cidade para mostrar-lhe o lugar onde seu barco fora colocado à deriva sobre as águas. Ali ele sentou-se dizendo, „Estou muito cansado; senta-te ao meu lado para eu recostar a cabeça em teu colo e dormir um pouco.“ Mal ele adormecera, porém, ela tirou o anel de seu dedo, afastou-se cuidadosamente e desejou que ela e o filho estivessem cm casa, em seu reino. Quando o rei acordou, achou-se sozinho e percebeu que o anel já não estava em seu dedo. „Jamais poderei retornar à casa de meu pai,“ disse ele, „diriam que sou um feiticeiro. Viajarei pelo mundo até chegar novamente a meu reino.“

Assim dizendo, partiu e viajou até chegar a uma montanha onde três gigantes estavam dividindo sua herança; e quando eles o viram, gritaram dizendo, „Os homenzinhos são muito espertos; ele vai dividir a herança entre nós.“ Ora, esta consistia de uma espada que cortava a cabeça de um inimigo sempre que seu portador dissesse as palavras „Fora cabeças!“; um manto que tornava seu proprietário invisível ou lhe dava qualquer forma que desejasse; e um par de botas que transportava a pessoa que as calçasse para onde ela quisesse ir. O rei lhes disse que primeiro teriam que deixá-lo experimentar esses objetos maravilhosos para conhecer seu valor. Eles lhe entregaram então o manto. Ele desejou ser uma mosca e num instante se transformou numa mosca. „O manto está perfeito,“ disse ele, „agora entreguem-me a espada.“ – „Não,“ disseram eles, „não, a menos que prometa não dizer ‚Fora cabeças!‘ pois se fizer isto, morreremos todos.“ Assim eles a entregaram com a condição de ele experimentar seu poder apenas numa árvore. Em seguida ele pediu também as botas e no momento em que se viu em posse dos três objetos, desejou estar na Montanha Dourada e ali estava ele no mesmo instante. E os gigantes foram deixados para trás sem herança para dividir ou disputar. Ao se aproximar do castelo, ouviu um som alegre de música e as pessoas em volta lhe disseram que a rainha estava prestes a celebrar seu casamento com outro príncipe. Ele vestiu então o manto, entrou no castelo e colocou-se ao lado de sua rainha onde ninguém o via. Mas quando todas as comidas foram servidas no prato da rainha, ele as pegou e comeu; quando a taça de vinho foi entregue a ela, ele a pegou e bebeu; assim, embora continuassem servindo comida e bebida a ela, seu prato continuava sempre vazio. Diante disso, tomada de medo e remorso, ela foi para seu quarto e pôs-se a chorar. Ele a seguiu até lá. „Ai de mim!,“ lamentava-se ela. „Não terá chegado o meu libertador? Por que então o feitiço ainda me cerca?.“ – „Sua traidora!,“ exclamou ele. „Teu libertador já veio, de fato, e agora está perto de ti: terá ele merecido isto?“ E ele saiu dali e dispensou todo mundo dizendo que o casamento estava desfeito porque havia retomado a seu reino: mas a princesa, os nobres e conselheiros zombaram dele. Ele se desentendeu então com todos, exigindo que partissem, por bem ou por mal. Tentaram agarrá-lo, mas ele sacou a espada e, com uma palavra, as cabeças dos traidores rolaram a seus pés. E foi assim que voltou a ser o rei da Montanha Dourada.

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Antecedentes

Interpretações

Língua

„O rei da Montanha Dourada“ é um conto dos Irmãos Grimm que explora temas clássicos dos contos de fadas, como pactos com criaturas mágicas, provações difíceis, traição e vingança, e a eventual recompensa da perseverança e justiça.

A história gira em torno de um mercador que, após perder sua fortuna, faz um acordo desesperado com um anão: em troca de recuperar sua riqueza, ele promete entregar ao anão o primeiro ser que encontrar ao retornar para casa. Infelizmente, este acaba sendo seu próprio filho. Com o passar dos anos, o filho descobre o pacto e se prepara para enfrentar seu destino.

Ao completar o período de doze anos, o filho confronta o anão e, através de uma série de eventos mágicos e corajosos, evita seu destino inicial. Eventualmente, ele encontra um castelo encantado e uma princesa transformada em serpente; apenas ele pode libertá-la através de seu silêncio e resistência a três noites de tormentos. Ao superar essas provações, ele se casa com a princesa e se torna o rei de um reino mágico.

Contudo, quando decide visitar seus pais, contra a vontade da rainha, ele comete um erro que os coloca em perigo. Ao perder o anel mágico que cumpre desejos, cedido pela rainha, ele a põe em risco e se vê novamente despojado de seu poder e família. Contudo, usando astúcia, ele consegue retomar seu trono e libertar-se da traição da rainha.

O conto conclui com o protagonista reinstalado como o rei da Montanha Dourada, após uma série de desafios que testam sua coragem, lealdade e sabedoria. „O rei da Montanha Dourada“ encapsula os elementos mágicos e morais tradicionais dos contos dos Irmãos Grimm, ilustrando as consequências das promessas impulsivas, o poder da astúcia e a luta pela redenção e reconciliação.

„O Rei da Montanha Dourada“ é um conto que explora temas como pacto faustiano, traição, redenção e a busca pela identidade e poder. Neste conto dos Irmãos Grimm, um mercador em desespero firma um pacto com um anão, comprometendo-se a entregar o primeiro ser que encontrar ao retornar para casa, em troca de riqueza. Esse ser acaba por ser seu próprio filho, que, desconhecido de ambos, está destinado a cumprir um papel crucial em desfazer um feitiço em um reino distante.

Pacto e Consequência: O pacto selado pelo mercador reflete os riscos de buscar soluções fáceis para problemas complexos. Ao aceitar a proposta do anão sem considerar as possíveis repercussões, o mercador se coloca, e ao seu filho, em grande perigo. A história destaca a importância de considerar as possíveis consequências dos próprios atos.

Crescimento e Maturidade: A jornada do filho do mercador representa uma transição da infância para a idade adulta. Enfrentando uma série de provações, ele não só desafia a lógica da barganha feita por seu pai, mas também descobre sua própria capacidade de superar desafios e reverter encantamentos.

Traição e Redenção: A traição da rainha, que retira o anel do rei adormecido, sugere temas de confiança e deslealdade. No entanto, a habilidade do rei de recuperar seu trono e punir aqueles que o traíram ilustra um caminho de redenção e a restauração de ordem.

Destino e Livre Arbítrio: Embora a princípio pareça que o mercador e seu filho estão presos por um destino selado pelo pacto, a capacidade do filho de reverter sua sorte sugere a possibilidade de transcender circunstâncias predefinidas através de coragem e ação deliberada.

Simbolismo do Anão: O anão pode simbolizar aspectos sombrios do desejo humano por riqueza e prosperidade sem esforço. Sua natureza enganosa e suas exigências desproporcionais refletem os perigos ocultos nas buscas sem consideração ética.

O conto encanta por sua complexidade, oferecendo lições sobre as armadilhas de promessas fáceis, a importância do julgamento pessoal e o poder da resiliência diante da adversidade. Assim, „O Rei da Montanha Dourada“ não é apenas uma fábula de encantamento, mas também uma meditação sobre os desafios da condição humana.

O conto „O Rei da Montanha Dourada“ dos Irmãos Grimm é um exemplo clássico de narrativa de contos de fadas, que contém elementos e temas recorrentes desse gênero.

Introdução: Apresenta-se o protagonista (o mercador) e o dilema inicial (perda de riqueza). Estabelece-se um contrato faustiano com um ser mágico (o anãozinho) que impulsiona a narrativa.

Desenvolvimento: A descoberta do ouro pelo mercador revela a aparente realização da promessa mágica. O crescimento do filho e a contagem regressiva de doze anos criam um crescente de tensão. O encontro com o anãozinho e o subsequente teste de coragem e resistência do filho no castelo encantado.

Clímax: Libertação da princesa encantada e celebração do casamento, que traz a resolução temporária do conflito.

Desfecho: O desejo de rever o pai leva ao uso imprudente do anel mágico, gerando um novo conflito. Traição da rainha e a jornada de reivindicação do trono perdido pelo protagonista. Restabelecimento do protagonista como rei após uma série de desafios e a demonstração de astúcia.

Diálogos: O conto faz uso extensivo de diálogos para desenvolver o enredo e caracterizar os personagens. As falas do anãozinho, do filho e da princesa são cruciais para o desenrolar dos eventos.

Repetição e Paralelismo: As instruções de silêncio durante as três noites no castelo, e o retorno do motivo do anel mágico, exemplificam a repetição típica dos contos de fadas, que ajuda tanto na memorização quanto na ênfase de certos temas.

Descrições Mágicas e Simbólicas: O „anel mágico“, „espada“, „manto da invisibilidade“, e „botas de transporte“ simbolizam poder e sagacidade, elementos essenciais para a vitória final do protagonista. O „círculo no chão“ representa proteção e astúcia, uma forma de se subtrair ao poder do anãozinho.

Consequências de Acordos Mágicos: O trato com o anãozinho explora a ideia de que acordos mágicos frequentemente acarretam custos inesperados.

Provações e Superação: O protagonista principal, o filho, deve passar por provas difíceis (como nas três noites) para alcançar seu destino.

Traição e Redenção: A traição da rainha e a subsequente reconciliação com seu status de rei examinam temas de confiança e lealdade.

Destino e Livre-arbítrio: A narrativa levanta questões sobre o poder do destino (profecia que espera doze anos para se cumprir) versus ações individuais para alterá-lo (ações do filho).

„O Rei da Montanha Dourada“ é um conto rico em simbolismo e lições morais tradicionais dos contos de fadas, como a importância da palavra dada, a persistência diante de provações, e as armadilhas de desejos não meditados. A estrutura narrativa segue o tradicional arco de herói, enquanto os elementos mágicos sustentam o encanto e a maravilha que caracterizam as criações dos Irmãos Grimm.


Informação para análise científica

Indicador
Valor
NúmeroKHM 92
Aarne-Thompson-Uther ÍndiceATU Typ 401A
TraduçõesDE, EN, DA, ES, PT, IT, JA, NL, PL, RU, TR, VI, ZH
Índice de legibilidade de acordo com Björnsson41.4
Flesch-Reading-Ease Índice26.4
Flesch–Kincaid Grade-Level12
Gunning Fog Índice17.9
Coleman–Liau Índice10.2
SMOG Índice12
Índice de legibilidade automatizado9.4
Número de Caracteres10.326
Número de Letras8.148
Número de Sentenças92
Número de Palavras1.843
Média de Palavras por frase20,03
Palavras com mais de 6 letras393
percentagem de palavras longas21.3%
Número de Sílabas3.488
Média de Sílabas por palavra1,89
Palavras com três sílabas465
Percentagem de palavras com três sílabas25.2%
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