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A montanha Simeli
Grimm Märchen

A montanha Simeli - Contos de fadas dos Irmãos Grimm

Tempo de leitura para crianças: 8 min

Houve, uma vez, dois irmãos, um rico, chamado José e o outro pobre, chamado João. O rico não dava nada ao pobre; este vivia em grandes apuros, e procurava manter-se com a venda de cereais. Geralmente, porém, os negócios lhe corriam tão mal, que muitos dias não tinha sequer pão para a mulher e os filhos. Certo dia, quando atravessava a floresta na carroça, viu de repente uma grande montanha árida, sem nenhuma vegetação; como nunca a tivesse visto antes, deteve-se a contemplá-la, muito admirado. Estava ainda parado a olhar boquiaberto para ela e, de súbito, viu aproximarem- se doze homenzarrões de aspecto feroz; julgando tratar-se de bandidos, mais que depressa guiou a carroça para o meio do mato próximo para ocultá-la, depois trepou numa árvore e ficou aguardando os acontecimentos. Os doze homens, entretanto, haviam chegado diante da montanha e disseram:

– Abre-te, Sésamo, abre-te! No mesmo instante aquela montanha árida e enorme abriu-se ao meio; e os doze homens precipitaram-se um após outro dentro da abertura. Depois a montanha tornou a fechar-se. Não demorou muito tempo e João viu a montanha abrir-se novamente e dela saírem os doze homens carregando pesados sacos às costas. Quando saíram todos, disseram:

– Fecha-te, Sésamo, fecha-te! A montanha fechou-se tão bem, que não se lhe percebia a menor fresta; e os doze homens foram-se embora. Assim que desapareceram ao longe, João desceu da árvore, cheio de curiosidade, querendo saber qual mistério se ocultava naquelas entranhas. Tendo decorado as palavras que ouvira, colocou-se diante da montanha e disse:

– Abre-te, Sésamo, abre-te! Coisa estranha; a montanha abriu-se, também, diante dele! Sem hesitar e sem sombra de medo, João entrou pela abertura e logo deparou com imensos tesouros lá ocultos. A montanha era toda uma caverna imensa, repleta de ouro e prata; nas partes laterais havia montões de pérolas e pedrarias faiscantes, amontoadas como grão de trigo. João quedou-se boquiaberto; não sabia o que devia fazer, se apanhar ou não um pouco daquela fabulosa riqueza. Por fim decidiu-se: apanhou quanto ouro podia carregar, mas sem tocar nus pérolas e pedras faiscantes Depois saiu e disse à montanha:

– Fecha-te, Sésamo, fecha-te! A montanha fechou-se hermeticamente. João subiu na sua carroça e voltou, rapidamente, para casa. Agora não precisava mais preocupar-se com dificuldades; com aquele ouro podia comprar pão e, também, vinho para mulher e filhos. E ia vivendo honestamente, muito satisfeito, socorrendo os pobres e fazendo todo o bem que podia aos necessitados. Quando o dinheiro chegou ao fim, ele foi à casa de seu irmão José, pediu-lhe emprestado o alqueire e foi buscar mais ouro na montanha. Apanhou quanto coube no alqueire, mas não tocou nas pérolas e nas pedrarias. Este ouro também chegou ao fim e então, pela terceira vez, decidiu ir buscar mais. Tornou a pedir emprestado o alqueire de seu irmão, mas este, que já o vinha observando admirado, sentiu a inveja roer-lhe o coração ante a riqueza e o bem estar que agora desfrutava, não atinando de onde lhe pudesse advir aquela fortuna. Como não sabia o que o irmão ia fazer com o alqueire, premeditou astuciosamente uma cilada e besuntou o fundo da medida com pez. Quando o alqueire lhe foi restituído, no pez ficara grudada uma moeda de ouro. Dirigiu-se imediatamente à casa do irmão e perguntou-lhe:

– Que é que mediste com o meu alqueire? – Trigo e cevada, – respondeu João. José, então, mostrou-lhe a moeda de ouro e ameaçou denunciá-lo à justiça se não contasse a verdade. João não teve outro recurso, se não revelar-lhe tudo o que acontecera. Cheio de ambição, José inundou imediatamente atrelar um carro e foi à floresta, decidido a aproveitar melhor a ocasião e trazer para casa tesouros bem maiores. Portanto, ao chegar diante da montanha, disse:

– Abra-te, Sésamo, abre-te! A montanha abriu-se e ele precipitou-se dentro dela, desejando carregar o mais que pudesse. E aí tinha diante dos olhos aqueles imensos tesouros que o fascinavam; durante algum tempo ficou a olhar embasbacado, quase sem fôlego, sem saber o que apanhar primeiro. Finalmente, decidiu-se e apanhou tantas pedras preciosas que mal podia carregar. Em seguida, apressou-se em sair com a preciosa carga. Mas tendo coração e pensamento completamente fascinados pelos tesouros, não conseguiu mais lembrar o nome da montanha. E foi dizendo:

– Montanha Simeli, abre-te! montanha Simeli, abre-te! Não sendo, porém, o nome certo, a montanha não obedeceu e manteve-se fechada. Ele, então, ficou apavorado; quanto mais pensava, mais se lhe baralhavam as ideias e nem todos os tesouros juntos podiam vir em seu auxílio. Assim chegou a noite; então a montanha abriu-se para dar entrada aos doze homens que, vendo-o ali, puseram-se a rir, dizendo:

– Ah, seu malandro! até que enfim te pescamos. Julgas, talvez, que já não tínhamos notado que aqui estivestes três vezes. Não nos foi possível pegar-te antes, mas desta vez daqui não sairás mais. José, tremendo de medo, pôs-se a gritar:

– Não fui eu, foi meu irmão! Mas gritou e implorou inutilmente. Aqueles homenzarrões não lhe deram atenção e deceparam-lhe a cabeça.

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Antecedentes

Interpretações

Língua

„A Montanha Simeli“ é um conto dos Irmãos Grimm que explora temas de avareza, moralidade e consequências das ações. No conto, os dois irmãos, João e José, representam contrastes na forma como lidam com a riqueza e a sorte inesperada.

João, o irmão pobre, ao encontrar a montanha mágica, é cuidadoso e generoso: ele só pega o que precisa e continua a viver humildemente, ajudando os necessitados. Essa atitude mostra sua integridade e bondade, e também um respeito implícito pelas forças misteriosas da montanha que lhe concederam acesso à riqueza.

Em contraste, José, o irmão rico, é consumido pela ganância e pela inveja. Sua vontade de explorar o segredo da montanha leva-o a um destino trágico. Ao tentar tirar vantagem da magia para adquirir riqueza sem limites, ele esquece a palavra mágica correta, mostrando que sua obsessão ofuscou seu julgamento e fez com que se perdesse dentro da montanha. Quando os doze homens o encontram, seu destino é selado devido à sua ganância e desrespeito.

O conto funciona como uma lição moral clara, ilustrando os perigos da avareza e da inveja, e a importância de se contentar com o que se precisa e viver uma vida honesta e generosa. Além disso, reflete a ideia de que aqueles que buscam explorar ou abusar de segredos poderosos para benefício próprio, sem consideração pelas consequências, acabam por enfrentar seus próprios infortúnios.

„A Montanha Simeli“, dos Irmãos Grimm, é um conto cheio de simbolismo e moralidades, típico da literatura dos Grimm que visa tanto entreter quanto instruir. Este conto revela diversas camadas de interpretação, que podem ser analisadas de várias perspectivas:

Moralidade e Justiça: A história destaca a diferença entre as ações dos dois irmãos, José e João, como uma luta entre ambição e humildade. João, o irmão pobre, usa os tesouros da montanha para suprir suas necessidades básicas e ajudar os outros, enquanto José, o irmão rico, já obcecado por riqueza, tenta explorar esses mesmos tesouros para satisfazer sua cobiça.

A moral aqui aparece clara: a ganância excessiva leva à ruína.

Curiosidade e Descoberta: A curiosidade de João leva à descoberta do segredo da montanha. Esta curiosidade, no entanto, é movida pela necessidade e pelo desejo de bem-estar para sua família, contrastando com a curiosidade de José, que é movida pela ambição.

Destino e Consequências: Ambos os irmãos têm acesso ao mesmo segredo, mas suas intenções e ações levam a resultados drasticamente diferentes. João, ao usar seu ganho sabiamente, é recompensado. José, cujas intenções estão enraizadas na greed, fatalmente sucumbe às próprias armadilhas da montanha.

Símbolos e Metáforas: A montanha em si pode ser vista como uma metáfora para as oportunidades e desafios da vida. A palavra mágica „Sésamo“ é uma chave para esses segredos, representando talvez o conhecimento e a sabedoria necessários para acessar as verdadeiras riquezas da vida, que não são necessariamente materiais.

Relações Familiares: O conto também explora as dinâmicas familiares, apresentando um retrato de como a desigualdade e a falta de empatia podem corromper laços de sangue. O ciúme e a inveja de José o empurram para a sua desgraça, enquanto a generosidade de João o redime.

Em suma, „A Montanha Simeli“ é um conto atemporal que combina aventura com lições sobre a natureza humana, advertindo contra os perigos da ganância e celebrando a virtude da generosidade e da moderação. As complexidades das relações entre os irmãos acrescentam uma camada emocional à narrativa, mostrando que decisões morais têm reais consequências.

„A Montanha Simeli“ é um dos contos de fadas coletados pelos Irmãos Grimm, sendo uma narrativa recheada de simbolismo e temas recorrentes nas histórias desse gênero.

Introdução Clássica: O conto inicia com a fórmula típica „Houve, uma vez“, situando a narrativa em um passado indeterminado, comum nos contos de fadas, criando um tom atemporal.

João e José: O conto gira em torno de dois irmãos contrastantes, um rico e outro pobre, um justo e o outro ganancioso, tema recorrente que expõe a dualidade humana.
Doze Homenzarrões: Representam uma força secreta e perigosa, guardiões dos tesouros. O número doze pode ter conotações simbólicas, frequentemente associado à perfeição e completude em várias culturas.

Fórmulas Mágicas: „Abre-te, Sésamo“ é uma frase mágica essencial na narrativa, ecoando fórmulas que ativam e desativam a mágica em várias tradições folclóricas.

Repetição e Três Tentativas: João visita a montanha três vezes, em um padrão triplo comum nos contos de fadas, simbolizando o processo de escolha e consequência.

Descrições Vívias: A descrição rica dos tesouros, como „ouro“, „pérolas“, e „pedrarias faiscantes“, apela à imaginação, criando o cenário de tentação e deslumbramento.

Moralidade e Justiça: João, o irmão honesto, usa a riqueza para o bem comum, ajudando os necessitados, o que é recompensado. José, ao ceder à ganância e trair a confiança, é punido, destacando a moralidade clássica onde a virtude é recompensada e a ganância punida.

Conflito Familiar: Reflete tensões intrínsecas geradas por desigualdades econômicas, frequentemente exploradas em narrativas para criticar a avareza e a inveja.

Mistério e Descoberta: A montanha simboliza o desconhecido e o proibido, um local de riqueza e perigo que testa o caráter dos personagens.

Memória e Concentração: O esquecimento do nome „Sésamo“ por José é crucial, simbolizando a confusão causada pela ganância e o afastamento da verdade simples que João mantinha.

„A Montanha Simeli“ é um conto que explora o impacto da ambição e ganância, utilizando a narrativa para reforçar lições morais. Linguisticamente, emprega fórmulas mágicas e repetições para criar ritmo, mantendo o ouvinte/leitor envolvido. O conto não apenas entretém, mas também ensina valores morais perenes, presentes nas tramas dos Irmãos Grimm.

A ironia final serve como uma advertência clara: aqueles que deixam que a ganância obscureça seus julgamentos acabam pagando o preço.


Informação para análise científica

Indicador
Valor
NúmeroKHM 142
Aarne-Thompson-Uther ÍndiceATU Typ 676
TraduçõesDE, EN, DA, ES, PT, IT, JA, NL, PL, RU, TR, VI
Índice de legibilidade de acordo com Björnsson38.8
Flesch-Reading-Ease Índice24
Flesch–Kincaid Grade-Level12
Gunning Fog Índice17.3
Coleman–Liau Índice11.5
SMOG Índice12
Índice de legibilidade automatizado7.8
Número de Caracteres5.146
Número de Letras4.069
Número de Sentenças59
Número de Palavras878
Média de Palavras por frase14,88
Palavras com mais de 6 letras210
percentagem de palavras longas23.9%
Número de Sílabas1.741
Média de Sílabas por palavra1,98
Palavras com três sílabas256
Percentagem de palavras com três sílabas29.2%
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