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O fuso, a lançadeira e a agulha
Grimm Märchen

O fuso, a lançadeira e a agulha - Contos de fadas dos Irmãos Grimm

Tempo de leitura para crianças: 9 min

Houve, uma vez, una moça que perdera os pais ainda criancinha. Sua madrinha, que era muito boa, morava sozinha em pequena casa humilde, na extremidade da aldeia, e lá passava a vida fiando, tecendo e cosendo. A velha trouxe para junto de si a pobre criança abandonada; ensinou-a a trabalhar e educou-a para viver piedosamente no santo temor de Deus. Quando a jovem chegou aos quinze anos, a madrinha caiu doente e, chamando-a junto da cama, disse-lhe:

– Minha querida filha, sinto o meu fim aproximar-se; deixo-te a casinha, que te abrigará do vento e da chuva. Deixo-te, também, o meu fuso, a minha lançadeira e a minha agulha a fim de que possas ganhar honestamente o pão de cada dia. Depois, colocou-lhe a mão sobre a cabeça e abençoou-a, dizendo:

– Conserva sempre Deus no teu coração, e serás feliz. Em seguida, fecharam-se-lhe os olhos; quando a levaram para o cemitério, a afilhada acompanhou o féretro e, debulhada em lágrimas, prestou-lhe as últimas homenagens. Desde esse dia, a moça viveu sozinha na pequena casa, dedicando-se a fiar, a tecer e a coser com grande desvelo; todo o seu trabalho tinha as bênçãos da boa velha. Dir-se-ia que o linho se multiplicava em casa e, à medida que. tecia uma peça de pano ou um tapete, ou então, que fazia uma camisa, logo se apresentava um comprador, que as pagava generosamente; de modo que ela, não só estava livre de preocupações, mas ainda podia ajudar os pobres. Por esse tempo, o filho do rei percorria o país à procura da esposa que lhe. conviesse. Não podia escolher uma pobre e não queria uma rica. – Casar-me-ei com aquela que for, ao mesmo tempo, a mais pobre e a mais rica, – dizia ele. Chegando, casualmente, à aldeia em que habitava a moça, perguntou aos moradores, como fazia habitualmente, quem era a moça mais pobre e a mais rica do lugar. Em primeiro lugar, designaram-lhe a mais rica; quanto à mais pobre, era a jovem que habitava na casinha isolada, no extremo da aldeia. Quando o príncipe passou pela rua principal, a mais rica estava sentada à porta de sua residência, muito bem vestida e adornada; assim que o viu aproximar-se, foi- lhe ao encontro, fazendo uma graciosa reverência. O príncipe olhou para ela, fez uma inclinação de cabeça e, sem dizer palavra, continuou o caminho. Chegou à casa da jovem pobre; esta não estava à porta para ver o príncipe mas sim dentro de sua casinha. O filho do rei fez deter o cavalo e, através da janela cheia de sol, viu a moça sentada diante da roca, fiando ativamente. Ela ergueu os olhos e, ao perceber o príncipe olhando para dentro da casa, enrubesceu vivamente, e baixando os olhos muito confusa, continuou a trabalhar. Não é possível saber-se se o fio dessa vez saiu bem igual, mas ela continuou assim mesmo, até que o príncipe se afastou. Assim que ele se foi, correu a abrir a janela, murmurando: Como faz calor nesta sala!“ e seguiu com o olhar enquanto pôde lobrigar as plumas brancas do seu chapéu. Depois, voltou novamente para o seu lugar e continuou a fiar. Nisto, veio-lhe à memória o estribilho de uma canção que a velha às vezes cantava quando estava trabalhando, e ela pôs-se a cantá-la a meia-vos:

Fuso, meu fuso, anda apressado,
Traze para casa o bem-amado…

E o que sucedeu? Imediatamente o fuso saltou-lhe das mãos e saiu para a rua. Ela ergueu-se estupefata e seguiu-o com a vista; viu que ele corria pelos campos, dançando alegremente, deixando atrás de si um reluzente fio de ouro. A moça não tardou a perdê-lo de vista e, não tendo mais o fuso, ela pegou na lançadeira e se pôs a tecer. O fuso, sempre bailando, continuou a corrida sempre para mais longe e, justamente quando o fio estava a acabar, ele alcançou o príncipe.

– O que vejo?! – exclamou o príncipe admirado. – Certamente este fuso quer-me conduzir a algum lugar! Voltou o cavalo e seguiu o fio de ouro. Entretanto, a moça continuava o trabalho e cantava:

Tece, minha lançadeira, a roupa fininha,
e traze meu bem amado a esta casinha…

Imediatamente a lançadeira fugiu-lhe das mãos e saiu pela porta. Mas, no limiar desta, começou a tecer um tapete tão fino e maravilhoso como nunca se vira igual no mundo. As barras eram bordadas de rosas e lírios e, ao centro, num fundo de ouro, destacavam-se pâmpanos verdes, entre os quais pulavam lebres, coelhos, veados e cabritos monteses entremostrando a cabeça. No alto dos galhos, empoleiravam-se aves multicores, às quais só faltava cantar. A lançadeira continuava a correr de lá para cá e a obra avançava maravilhosamente. Como lhe tinha fugido a lançadeira, a moça pôs-se a coser; tinha a agulha na mão e principiou a cantar:

Agulha, linda agulhinha,
Para o bem amado, arruma a casinha…

Mal o disse, a agulha escapou-lhe dos dedos e saiu a correr pela casa, veloz como um raio. E era como se estivessem a trabalhar inúmeros espíritos invisíveis; a casa ficou logo arrumadinha; a mesa e os bancos cobriram-se de belos panos verdes; as cadeiras cobriram-se de veludo e nas janelas pendiam cortinas de seda. Logo que a agulha deu o último ponto, a moça avistou pela janela as brancas plumas do príncipe, conduzido até ai pelo fio de ouro. Ele entrou na casa, passando sobre o tapete e, ao entrar na sala, viu a jovem vestida com pobres trajes, mas tão fulgurante como uma rosa na roseira.

– Tu és, realmente, a mais pobre e a mais rica! – disse-lhe o príncipe; – vem comigo e serás minha esposa. Sem dizer nada ela estendeu-lhe a mão gentilmente. Ele então, curvou-se e beijou-a. Depois fê-la montar à garupa do cavalo e levou-a para o castelo, onde se celebraram as núpcias com grande brilho e esplendor. O fuso, a lançadeira e a agulha, foram preciosamente conservados no tesouro real e tratados com todas as honras.

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Antecedentes

Interpretações

Língua

„O Fuso, a Lançadeira e a Agulha“ é um conto dos Irmãos Grimm que combina elementos de fantasia com lições morais e sociais. Este conto narra a história de uma jovem órfã que, ao ser criada por sua madrinha, aprende a trabalhar com destreza e piedade. Os objetos simples deixados como herança pela madrinha — um fuso, uma lançadeira e uma agulha — tornam-se elementos mágicos que ajudam a jovem em sua jornada.

No desenvolvimento da história, o príncipe busca uma esposa que seja ao mesmo tempo a mais pobre e a mais rica, e essa dualidade é personificada na jovem. A magia dos objetos e das músicas que ela canta guia o príncipe até ela, destacando que a verdadeira riqueza dela está em suas virtudes e habilidades, não nos bens materiais.

Os temas centrais do conto incluem a valorização do trabalho, da humildade, e das virtudes pessoais sobre a riqueza material. A jovem não é meramente recompensada pela sua aparência ou posição social, mas por seu caráter e habilidades, ressaltando a ideia de que a verdadeira riqueza está nos valores interiores e não nas posses exteriores. Os elementos mágicos do conto servem para reforçar a ideia de que dedicação e virtude atraem boas recompensas.

Este conto é um exemplo clássico do estilo narrativo dos Irmãos Grimm, que frequentemente utilizam a magia para transformar situações difíceis e trazer justiça aos personagens virtuosos. Além disso, a história reflete a moralidade e valores sociais da época, onde a simplicidade e o bom caráter eram vistos como características desejáveis e recompensadoras.

„O Fuso, a Lançadeira e a Agulha“ é um conto dos Irmãos Grimm que, como muitos dos seus contos de fadas, está repleto de simbolismo e temas morais. Vamos explorar algumas das possíveis interpretações e subconteúdos do conto:

Trabalho e Virtude: A narrativa destaca o valor do trabalho árduo, dedicação e humildade através da personagem principal, que, mesmo após perder os pais e a madrinha, continua a trabalhar diligentemente e a viver de forma piedosa. O conto sugere que essas virtudes são recompensadas, o que é uma lição moral comum em muitas histórias tradicionais.

A Pobreza e a Riqueza: A busca do príncipe por alguém que seja „a mais pobre e a mais rica“ pode ser interpretada como uma busca por alguém que possui qualidades internas (virtudes) que superam a superficialidade das riquezas materiais. A jovem, mesmo pobre, é evidenciada como verdadeiramente rica em caráter e habilidades.

Magia e Transformação: Os elementos mágicos, como o fuso que corre atrás do príncipe e a lançadeira e a agulha que criam beleza e ordem, simbolizam como as habilidades e o trabalho da jovem a transformam e a sua vida. Eles servem como metáforas para a ideia de que dedicação e virtude intrínsecas podem gerar resultados incríveis que parecem mágicos para os outros.

Independência Feminina: Em um contexto onde poucos contos de fadas apresentavam personagens femininas independentes, a protagonista do conto é capaz por si mesma, utilizando suas habilidades de trabalho para sustentar-se e eventualmente atrair o príncipe. Ela não depende de um „resgate“ ou riqueza externa, mas sim de suas próprias competências.

Benignidade e Solidariedade: A protagonista usa parte de seus ganhos para ajudar os pobres, enfatizando a importância da solidariedade e generosidade, outra virtude admirada que é recompensada no desenrolar dos eventos.

Essa história encapsula bem a mensagem de que verdadeira riqueza é medida não em termos materiais, mas nas virtudes que uma pessoa cultiva. Ao longo do conto, o foco permanece mais nas qualidades do caráter e trabalho eficaz, resumindo a moralidade e os valores defendidos pelos Irmãos Grimm em muitas de suas histórias.

A análise linguística do conto „O fuso, a lançadeira e a agulha“ dos Irmãos Grimm revela uma narrativa rica em simbolismo e valores culturais da época.

Estrutura Narrativa: O conto segue a estrutura clássica dos contos de fadas, com uma introdução que apresenta a protagonista, um desenvolvimento que inclui um desafio ou busca (a procura do príncipe por uma esposa) e uma resolução feliz (o casamento da jovem com o príncipe).

é um exemplo da heroína arquetípica: humilde, trabalhadora e piedosa, virtudes que são recompensadas no final da história.

A madrinha: representa a figura da guardiã e mentora, transmitindo valores de trabalho e devoção religiosa.

O príncipe: busca uma esposa que seja ao mesmo tempo rica em virtude e pobre em posses materiais, o que reflete uma valorização da humildade e da riqueza interior.

Trabalho e Virtude: O conto enfatiza a importância do trabalho diligente e da virtude moral. As ferramentas de trabalho (fuso, lançadeira, agulha) simbolizam o poder transformador das habilidades e da dedicação.
Destino e Providência: A intervenção quase mágica dos objetos de trabalho evoca um senso de destino guiado por uma força benevolente, alinhando o trabalho diligente da jovem à sua boa fortuna.

Fuso, lançadeira e agulha: Esses objetos simbolizam o trabalho feminino tradicional e a capacidade de transformar o ordinário em extraordinário. Eles também atuam como agentes mágicos na narrativa, conduzindo o príncipe até a jovem.
Fio de Ouro: Representa a conexão entre o mundo material e espiritual e a linha invisível do destino que une a jovem ao príncipe.

Linguagem Poética: O uso de cantigas e rimas („Fuso, meu fuso, anda apressado, Traze para casa o bem-amado. . . „) adiciona um elemento lírico à narrativa, enfatizando a magia e a fantasia do conto.
Tom Moralizador: Comum nos contos de fadas dos Irmãos Grimm, o tom da história foca na moral e nos ensinamentos, sugerindo que a piedade e o trabalho serão recompensados.

Diferenças Sociais: A história ilustra a divisão social da época, mas também subverte as expectativas ao fazer com que o príncipe escolha uma jovem pobre, mas virtuosa, em vez de uma moça rica e adornada.

Este conto é um exemplo claro de como os Irmãos Grimm incorporavam ensinamentos morais em histórias acessíveis e envolventes, utilizando a magia e a fantasia para cativar e educar seus leitores.


Informação para análise científica

Indicador
Valor
NúmeroKHM 188
Aarne-Thompson-Uther ÍndiceATU Typ 585
TraduçõesDE, EN, ES, FR, PT, HU, IT, JA, NL, PL, RU, TR, VI, ZH
Índice de legibilidade de acordo com Björnsson38
Flesch-Reading-Ease Índice25.3
Flesch–Kincaid Grade-Level12
Gunning Fog Índice17.2
Coleman–Liau Índice9.4
SMOG Índice12
Índice de legibilidade automatizado8.3
Número de Caracteres5.675
Número de Letras4.426
Número de Sentenças54
Número de Palavras1.033
Média de Palavras por frase19,13
Palavras com mais de 6 letras195
percentagem de palavras longas18.9%
Número de Sílabas1.980
Média de Sílabas por palavra1,92
Palavras com três sílabas248
Percentagem de palavras com três sílabas24%
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