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João o destemido
Grimm Märchen

João o destemido - Contos de fadas dos Irmãos Grimm

Tempo de leitura para crianças: 20 min

Era uma vez um homem e uma mulher que tinham um filho único, chamado João, e viviam solitários, num vale afastado, a cultivar pequeno campo. Um belo dia, a mulher foi à floresta para apanhar uns poucos gravetos e levou consigo Joãozinho, que tinha apenas dois anos de idade. Como era justamente um belo dia de primavera, o menino corria alegremente de um lado para outro, colhendo as lindas flores multicores; e assim foram penetrando cada vez mais pela floresta. De repente, dois ladrões, saídos de trás de uma árvore, apoderaram-se da mãe e do menino e os levaram para dentro da escura floresta, onde havia anos ninguém penetrava. A pobre mulher lançou-se-lhes aos pés, suplicando que os deixassem voltar para casa; mas os ladrões tinham coração de pedra; não se sensibilizaram com as suas lágrimas e a obrigaram a segui-los. Depois de terem andado muito entre moitas e espinhos, chegaram ao pé de um rochedo, onde, meio oculta, havia uma porta; os ladrões bateram e logo vieram abrir. Entraram e percorreram um longo corredor escuro; finalmente chegaram a uma grande caverna, que estava iluminada por forte fogo que ardia na lareira. Nas paredes estavam dependuradas espadas, lâminas e outras armas que reluziam à luz das chamas; no meio estava uma mesa, onde mais quatro ladrões, com o chefe, se entretinham a jogar. Ao ver a mulher trêmula e assustada, o chefe aproximou-se dela procurando tranquilizá-la. Disse-lhe que não tivesse receio, pois não lhe fariam mal algum; ela aí teria de cuidar da casa e, se tivesse tudo em ordem, seria bem tratada e comeria do bom e do melhor. Em seguida, deram-lhe comida, depois indicaram-lhe outra caverna menor onde havia um leito para que ela e o filho pudessem dormir sossegados. A mulher teve de se resignar e passou longos anos entre os ladrões; João crescia e tornava-se de força extraordinária. A mãe contava-lhe velhas histórias e ensinava-lhe a ler em antigo livro de aventuras cavalheirescas que encontrara num armário da caverna. Quando o menino completou nove anos, talhou grande ramo de carvalho um forte cajado e escondeu-o debaixo da cama; depois disse à mãe:

– Agora, querida mãozinha, diga-me quem é meu pai; quero na verdade sabê-lo. A pobre mulher não quis responder, para que ele não sentisse saudades; pois bem sabia que os cruéis ladrões nunca os deixariam partir. Mas tinha o coração prestes a arrebentar, pensando que seu querido Joãozinho jamais conheceria o pai. À noite, quando regressaram os ladrões de suas rapinagens, João, armado com o terrível cajado, postou-se diante do chefe e disse:

– Agora quero saber quem é meu pai; se não mo dizes imediatamente, dou cabo de ti com este pau. O chefe caiu na gargalhada e deu uma bofetada em João, que rolou debaixo da mesa. Sem dizer nada levantou-se, pensando lá consigo mesmo: Esperarei mais um ano, depois tentarei novamente; talvez tenha mais sorte. Transcorrido o ano, retirou o cajado do esconderijo onde o havia guardado, limpou-lhe o pó e observou-o bem, dizendo:

– E‘ um cajado bem forte! – A noite, chegaram os ladrões e, depois de beberem muito vinho, um jarro atrás do outro, começaram a cochilar e por fim dormiram. João aproveitou a oportunidade, agarrou no pau e, despertando o chefe, tomou a perguntar-lhe quem era seu pai. Como da outra vez, o ladrão aplicou-lhe uma forte bofetada, fazendo-o rolar pelo chão; mas levantou-se logo e fez chover, sobre o chefe e os demais ladrões, uma tal saraivada de pancadas que os deixou moídos, sem poderem mexer sequer um dedo. A mãe, de um canto, admirava-lhe estupefata a força e o valor. Tendo acabado aquele bonito serviço, João aproximou-se dela e lhe disse:

– Agora levo a coisa a sério, e quero na verdade saber quem é meu pai. – Meu querido João, – respondeu ela, – temos de sair daqui e depois iremos à sua procura até o encontrar. Tirou do bolso do chefe, sem grandes dificuldades, a chave da porta da caverna; enquanto isso, João foi buscar um grande saco e encheu-o de ouro, pedrarias e mais objetos de valor, produto das rapinas dos ladrões, carregou o saco às costas, e seguiu a mãe pelo corredor até à porta de saída. Quando se viram ao ar livre, em plena luz do dia, João ficou como que petrificado ao ver pela primeira vez o sol, as árvores, as flores, os pássaros cantando e saltitando por entre os galhos. Quedava-se boquiaberto, maravilhando-se de tudo o que via. A mãe procurou o caminho certo; encontrou finalmente o atalho que ia dar à sua casinha e em poucas horas lá chegaram. Quando já estavam bem perto, viu o marido sentado na soleira da porta, de cabeça baixa e muito tristonho. Ao reconhecer a mulher, que se aproximava, qual não foi o contentamento do pobre homem! Chorou de alegria por vê-los e por saber que aquele rapagão era seu querido Joãozinho, pois de há muito os vinha chorando como mortos. Entraram todos em casa e o pai não cessava de admirar o rapaz que, apesar de só ter doze anos, era mais alto do que ele uma cabeça. Quando João pousou o saco sobre um banco perto da lareira, toda a casa começou a ranger, o banco aprofundou-se no assoalho arrombando-o e foi rolar até à adega. – Deus nos guarde! – exclamou o pai; que aconteceu? Estás a espatifar a nossa casinha! – Não precisas ficar de cabelos brancos, meu pai, – disse João; – nesse saco há muito mais do que o necessário para construir uma casa nova. E, com efeito, abrindo o saco, o pai viu o rico tesouro que ele continha. João e o pai, imediatamente, puseram mãos à obra; foram comprar o necessário e começaram a construir uma bela casa; depois compraram numeroso gado e muitas outras propriedades. João pôs-se a cultivar as terras, e, quando puxava a charrua, os bois quase que não tinham de fazer força, por tal modo manejava o instrumento com vigor. Viveram assim, algum tempo, no meio de tranquila felicidade. Mas certo dia, era já primavera, João disse:

– Meu pai, fique com todo o dinheiro nosso e tudo o mais que compramos; mande-me apenas fazer, com um tronco de carvalho, um bom cajado que pese uns vinte quilos. Depois irei pelo mundo afora a fim de conhecer alguma coisa. Quando obteve o cajado pedido, deixou a casa paterna, pôs-se a caminho e foi ter a uma vasta e sombria floresta. Ouviu um ruído singular, de qualquer coisa estalando; olhou em volta de si e avistou um homenzarrão que estava torcendo um pinheiro para fazer uma corda grossa e o torcia com tanta facilidade como se fosse uma simples vara de vime. – Olá, – gritou João, – que estás fazendo? – Arranquei ontem grandes carvalhos e estou fazendo uma corda para amarrá-los, – respondeu o outro. – Ainda bem! – murmurou João. – Este tem força realmente. – Deixa esse ofício e vem comigo, – gritou para o homenzarrão. – Com muito prazer, – respondeu ele; – aborreço- me muito aqui nesta solidão. Aproximou-se de João e este viu que ele era muito mais alto, apesar de não ser de estatura pequena o rapaz. – De agora em diante te chamarás Torce-pinheiros, – disse-lhe João. Meteram-se a andar e daí a pouco ouviram bater e martelar tão fortemente, que a cada golpe a terra tremia toda. Aproximaram-se e viram um gigante que dava murros num enorme rochedo para arrancar pedaços de pedra. João perguntou-lhe o que ia fazer, e o gigante respondeu:

– À noite, quando estou para dormir, chegam ursos, lobos e outra canalha semelhante, que se põem a farejar-me e, bufando terrivelmente, não me deixam dormir. Por isso, quero construir uma casa para me abrigar e poder dormir sossegado. „Apre! – pensou João – este também pode ser-nos bastante útil!“ – E disse-lhe:

– Deixa a construção e vem conosco. De hoje em diante de chamarás Quebra-pedras. O gigante concordou. E os três juntos penetraram através da floresta. Ao vê-los, os animais ferozes fugiam assustados. Pela noitinha chegaram a um velho castelo abandonado e meio em ruínas; entraram nele e acomodaram-se a fim de passar a noite. Na manhã seguinte, João desceu ao jardim, que estava completamente invadido de sarças, pedras e espinhos. De repente um enorme javali precipitou-se contra ele; mas João, com uma só cajadada, matou-o logo; e carregando nas costas o pesado animal, levou-o para o castelo. Com a ajuda dos companheiros, esfolou-o e enfiou-o no espeto para assar, em seguida comeram o suculento assado. Então decidiram que cada qual por sua vez ficaria no castelo a cozinhar nove quilos de carne por cabeça, enquanto os outros dois iam caçar. No primeiro dia ficou o Torce-pinheiros encarregado de preparar o jantar; João e o Quebra-pedras foram à caça. Enquanto o Torce-pinheiros estava entretido a vigiar o assado, chegou um velhinho todo encarquilhado, e pediu-lhe um pedaço de carne.

– Sai daqui! – respondeu o outro. – Um aborto como tu não precisa de carne. Mas, qual não foi o seu espanto quando aquele homúnculo encarquilhado lhe saltou em cima e o encheu de socos, tanto que não podendo defender-se, caiu no chão sem fôlego! O homúnculo não se foi até que não despejou completamente toda a ira no rosto dele. Quando os outros dois voltaram da caça, o Torce- -pinheiros não contou nada a respeito do anão e muito menos da surra que levara, „mais vale que não saibam a força que ele tem, e que experimentem também alguns murros daquela coisinha“ pensou. E regozijava-se ante- gozando a cena. No dia seguinte, ficou em casa o Quebra-pedras o sucedeu-lhe o mesmo que ao companheiro; foi cruelmente maltratado pelo anão, porque não quisera dar-lhe a carne que ele exigia. A noitinha, quando chegaram os outros dois, Torce-pinheiros logo percebeu pela cara dele, que também tivera a sua parte; mas ficaram calados e pensaram: „Também João tem que experimentar dessa sopa.“

No dia seguinte, era a vez de João ficar em casa. Fez todo o trabalho na cozinha da melhor maneira e, enquanto estava entretido a tirar a espuma do caldeirão, chegou o encarquilhado anão exigindo um pedaço de carne. João disse de si para si: „E‘ um pobre diabo, vou dar-lhe um pouco do meu quinhão para não prejudicar os outros.“ E cortou-lhe uma bela fatia de carne; o anão, depois de a ter devorado pediu mais outra e o bom João deu-lhe outro bocado maior ainda, achando que era bastante e que com isso devia ficar satisfeito. Mas o anão voltou pela terceira vez à carga.

– Agora basta, – disse João; – és muito descarado. Então o perverso anão tentou atirar-se a ele e maltratá-lo como fizera aos outros; mas, dessa vez, errou o golpe. Sem se descompor, João aplicou-lhe um par de bofetadas bem dadas, que o fez rolar pela escada abaixo. Quis ainda correr-lhe atrás para completar o castigo, mas tropeçou e caiu de comprido sobre ele. Quando se levantou, o anão já tinha tomado dianteira. João foi em perseguição dele até à floresta e viu-o desaparecer subitamente por uma abertura na rocha. Então voltou para casa, mas fitou bem o lugar. Os outros dois companheiros, quando voltaram à noite, admiraram-se de encontrá-lo bem disposto como de costume. Ele contou-lhes a aventura e os dois, então não se calaram mais e revelaram o que a eles próprios havia acontecido.

– E‘ muito bem feito, – disse João rindo a valer. – Por quê não lhe destes uma pequena porção do vosso jantar? E‘ uma vergonha, assim tão grandes e fortes, deixaram-se espancar por um simples anão. No dia seguinte, munidos de cestos e cordas, foram os três até à fenda do rochedo, por onde desaparecera o anão, e João, pondo-se dentro do cesto, foi descido pelos companheiros até ao fundo do poço. Chegando ao fundo, ele encontrou uma porta solidamente fechada; com grande esforço conseguiu abri-la e viu numa sala, uma jovem linda como o sol, tão linda que é impossível descrever. E perto dela estava acocorado o perverso anão, que, ao ver o rapaz, fez uma careta medonha de porco-espinho. A jovem estava acorrentada e fitou João de maneira tão triste que ele se compadeceu e disse de si para si: „Hei de libertá-la das garras desse horrível anão!“ E, sem mais, deu no anão algumas pauladas deixando-o morto no chão. Imediatamente caíram as correntes que prendiam a jovem e João ficou como que subjugado pela sua beleza. Disse-lhe, então, que era filha de um poderoso rei; mas que tendo recusado casar com um conde perverso, este raptara-a do palácio, trancando-a depois na caverna sob o rochedo, confiada à guarda do mau anão, o qual não cessara de atormentá-la e insultá-la durante o tempo todo. Quando a princesa terminou de narrar tantas desventuras, João fê-la entrar no cesto; fazendo um sinal aos dois companheiros, estes a içaram para cima e logo depois fizeram descer outra vez o cesto para apanhar João. Mas, quanto este ia subir, lembrou-se que não podia confiar neles, porque já se lhe haviam demonstrado desleais, não lhe contando as peripécias ocorridas com o anão. „Quem sabe lá – pensou ele, – o que estarão tramando contra ti!.“ Então, ele colocou o pesado bordão dentro e foi sua sorte, pois, quando o cesto chegou ao meio da ascensão, os companheiros deixaram-no cair de repente; e se João, realmente, se encontrasse dentro dele, teria morrido miseravelmente. Agora, porém, tendo felizmente escapado de morte certa, não sabia como sair daquelas profundezas e, por mais que matutasse, não encontrava nenhuma saída.

– E‘ bem triste, – murmurava ele, – ter que morrer de fome aqui dentro! Andando de um lado para outro, foi novamente à sala onde encontrara a princesa e viu que o anão trazia no dedo um anel com uma pedra rutilante. Retirou-lho do dedo e colocou-o no seu; mas, pondo-se a girar o anel, inconscientemente, percebeu um súbito farfalhar sobre a cabeça. Ergueu os olhos e viu aparecer muitos espíritos aéreos que lhe disseram ter-se ele tornado seu amo, em virtude daquele anel, e perguntavam o que desejava. Assim de início, João quedava-se emudecido; refazendo-se porém do espanto, ordenou-lhes que o fizessem subir à superfície. Eles obedeceram prontamente e João sentiu-se levado para cima como se tivesse asas. Ao chegar à luz do dia, não encontrou ninguém perto da rocha; correu até ao castelo, mas também lá não havia ninguém. O Torce-pinheiros e o Quebra-pedras haviam fugido, levando consigo a princesa. João voltou outra vez o anel e logo se apresentaram os espíritos aéreos, anunciando-lhe que os dois companheiros tinham fugido pelo mar afora. João largou a correr com a maior velocidade possível e, em breve, chegou à praia; e longe, muito longe, avistou vogando rapidamente um barco que ia levando os perversos companheiros. Cego de raiva, atirou-se à água para os perseguir, sem refletir que o cajado demasiadamente pesado o arrastava para o fundo; quase se ia afogando quando teve a presença de espírito de voltar muito depressa o anel. Imediatamente ocorreram os espíritos, tiraram-no da água e transportaram-no para o barco. Então, brandindo o cajado, fez um terrível sarilho, mimoseando os perversos companheiros com o merecido castigo; em seguida atirou-os dentro do mar. Depois pôs-se a remar vigorosamente, reconduzindo a linda princesa, que tanto havia sofrido, para a casa de seus pais. Tendo-a salvo pela segunda vez, via-a agora muito contente, cercada pelos pais e todas as pessoas da corte, muito felizes pela sua volta. Em recompensa de tamanha bravura, João veio a desposar a linda princesa e mais tarde, tornou-se o rei daquele país, onde viveram longamente, na mais completa felicidade.

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Antecedentes

Interpretações

Língua

„João o destemido“ é um conto fascinante dos Irmãos Grimm que segue uma estrutura típica de conto de fadas, envolvendo elementos de aventura, coragem, e justiça. A história começa com João, um menino criado em circunstâncias adversas, crescendo entre ladrões após ser sequestrado com sua mãe. Apesar disso, ele desenvolve uma força extraordinária e um espírito indomável.

No desenvolvimento da trama, João demonstra sua coragem desafiando os ladrões que o abrigaram, demandando respostas sobre sua origem. Sua determinação e poder são simbolizados pelo forte cajado de carvalho, uma arma que ele mesmo confecciona, e que usa para subjugar os que não atenderem seus pedidos. A história passa a transmitir uma mensagem de busca por identidade e justiça, ao retratar João como alguém que procura incessantemente pela verdade sobre seu pai e, posteriormente, decide deixar o conforto da nova vida que construiu para explorar o mundo.

Ao longo de sua jornada, João encontra aliados inusitados, como Torce-pinheiros e Quebra-pedras, seres dotados de grande força física, mas que se revelam não tão astutos quanto João. A história incorpora também a figura clássica do anão perverso, um ser que traz dificuldades aos heróis, mas que, por fim, é superado pela coragem de João.

Um clímax do conto envolve a libertação de uma princesa encantadora, mantida prisioneira por um conde malvado e protegida pelo anão. Com sagacidade e valentia, João liberta a princesa e enfrenta a traição dos companheiros, utilizando um anel mágico encontrado no dedo do anão como meio para emergir de uma situação aparentemente sem saída e para enfrentar qualquer desafio que seus antigos aliados tentem colocar no seu caminho.

O desfecho da narrativa reflete elementos de moral e retidão, característicos dos contos de fadas dos Irmãos Grimm. João não só resgata a princesa, mas também restaura a ordem ao punir a traição de Torce-pinheiros e Quebra-pedras, garantindo a união com a princesa e assumindo, por direito, a posição de rei. A conclusão do conto celebra a coragem, a astúcia e a bondade, virtudes que conduzem João a uma vida de felicidade e realização.

Essa história não só entretém como também ensina lições sobre coragem, perseverança e o valor de buscar a verdade, independentemente dos obstáculos enfrentados.

„João o Destemido“ é um conto dos Irmãos Grimm que explora temas como coragem, determinação e moralidade. A narrativa gira em torno de João, um jovem que demonstra força física e coragem extraordinárias desde a infância. O conto pode ser visto de diversas maneiras, cada uma destacando aspectos diferentes da história.

Iniciativa e Coragem: Desde pequeno, João mostra-se destemido e ansioso por saber mais sobre suas origens e o mundo ao seu redor. Sua iniciativa em enfrentar os ladrões e buscar a verdade sobre seu pai mostra sua coragem inata e desejo de justiça.

Teste de Amizade e Lealdade: O conto também aborda a lealdade e a traição dos companheiros de João, Torce-pinheiros e Quebra-pedras. Embora inicialmente se juntem a ele por um propósito comum, seus verdadeiros caráteres são revelados em sua traição. Isso destaca a importância de avaliar a confiança nas relações interpessoais.

Autossuficiência e Independência: Mesmo diante da adversidade, João não depende de ninguém para sobreviver ou alcançar seus objetivos. Sua capacidade de adaptar-se, aprender e utilizar recursos disponíveis, como o anel mágico, enfatiza o valor da autossuficiência e da resiliência.

Virtude recompensada: A narrativa reforça a ideia de que virtudes como bravura e bondade acabam sendo recompensadas. João, ao mostrar compaixão pela mulher prisioneira e derrotar o anão, acaba por ganhar seu amor e reconhecimento, culminando em seu casamento com uma princesa.

Superação e Crescimento Pessoal: A jornada de João, desde um garoto em uma caverna de ladrões até rei de um país, é uma alegoria para o crescimento pessoal e a superação de desafios. Cada obstáculo que João encontra representa um passo em sua evolução pessoal e desenvolvimento de caráter.

Misticismo e Fantasia: Elementos mágicos como o anel e espíritos aéreos adicionam um toque de fantasia à história e simbolizam a ajuda sobrenatural que uma pessoa pode receber ao seguir um caminho justo.

No geral, „João o Destemido“ é uma rica tapeçaria de lições e simbolismos, capturando a essência da narrativa mítica onde a luta entre o bem e o mal, reforçada pela moralidade, traz recompensas para o protagonista virtuoso.

A análise linguística do conto de fadas „João o Destemido“ dos Irmãos Grimm revela diversas características típicas dos contos de fadas, tanto em termos de estrutura quanto de estilo.

Início Convencional: O conto começa com „Era uma vez“, uma fórmula clássica para situar o leitor em um tempo de fábula, fora da realidade concreta.

João: Representa o herói destemido, muitas vezes apresentado como um jovem de força excepcional e coragem. Este personagem é típico dos contos de fadas, onde o protagonista geralmente parte em uma jornada de autodescobrimento.
Ladrões/Vilões: Simbolizam os obstáculos e desafios que o herói deve superar. São caracterizados pela crueldade e falta de empatia.
Mãe: Figura maternal que oferece a orientação emocional e moral ao herói.
Anão e Espíritos Aéreos: Elementos mágicos ou fantásticos comuns nos contos de fadas para adicionar um senso de maravilha e possibilidade além do mundo humano.

Prova e Transformação: O herói passa por provações (enfrentar ladrões e o anão), que culminam em uma transformação pessoal. João amadurece durante a narrativa, evidenciando um arco de crescimento típico do protagonista de contos de fadas.

Linguagem Simples e Direta: A linguagem é clara e acessível, essencial para a compreensão por parte de publico jovem. O uso de frases curtas e diálogo direto contribui para o ritmo acelerado da narrativa.

Repetição: A estrutura utiliza repetição (“João crescia e tornava-se de força extraordinária”, „Os espíritos aéreos se apresentaram“) que é comum em contos orais, auxiliando na memorização e no engajamento do ouvinte.

Moral e Valores: O conto transmuta valores morais como bravura, lealdade e justiça. A deslealdade dos companheiros é punida, enquanto a coragem e a bondade de João são recompensadas.

Uso de Fórmulas e Clichês: Expressões como “viveram felizes para sempre” são típicas do gênero, cumprindo a função de fornecer um fechamento satisfatório à história.

Objetos Mágicos: O anel que comanda os espíritos sugere o poder latente no herói, apenas acessível após certas condições de bravura serem cumpridas.

Oposição entre Luz e Escuridão: A narrativa joga com a dicotomia entre o ambiente claustrofóbico da caverna (mal) e a libertação na superfície iluminada (bem), uma metáfora comum ao despertar e libertação em contos de fadas.

Valores Sociais: Reflete uma sociedade patriarcal e hierárquica onde o herói (masculino) é projetado para se tornar líder (rei), reforçando tradições de autoridade e liderança masculina.

Tarefas Impossíveis: João enfrenta e supera tarefas impossíveis (como enfrentar gigantes e espíritos), simbolizando a capacidade de vencer desafios através de inteligência e virtude pessoal,também um traço comum nas histórias dos Irmãos Grimm.

Ao considerar essas características linguísticas e estruturais, o conto „João o Destemido“ se encaixa perfeitamente dentro do cânone dos contos de fadas clássicos, utilizando a estrutura narrativa e os dispositivos de linguagem para transmitir lições morais e encantar o público através do fantástico.


Informação para análise científica

Indicador
Valor
NúmeroKHM 166
Aarne-Thompson-Uther ÍndiceATU Typ 650A
TraduçõesDE, EN, DA, ES, PT, IT, JA, NL, PL, RU, TR, VI, ZH
Índice de legibilidade de acordo com Björnsson41.1
Flesch-Reading-Ease Índice25
Flesch–Kincaid Grade-Level12
Gunning Fog Índice17.9
Coleman–Liau Índice10.6
SMOG Índice12
Índice de legibilidade automatizado9.6
Número de Caracteres15.221
Número de Letras11.995
Número de Sentenças135
Número de Palavras2.675
Média de Palavras por frase19,81
Palavras com mais de 6 letras569
percentagem de palavras longas21.3%
Número de Sílabas5.113
Média de Sílabas por palavra1,91
Palavras com três sílabas672
Percentagem de palavras com três sílabas25.1%
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