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Os três irmãos afortunados
Grimm Märchen

Os três irmãos afortunados - Contos de fadas dos Irmãos Grimm

Tempo de leitura para crianças: 8 min

Houve, uma vez, um homem que, sentindo-se velho e esgotado, chamou os três filhos e deu ao mais velho um galo, ao segundo um alfanje e ao terceiro um gato, dizendo:

– Já estou velho e meu fim está próximo; antes de morrer, porém, gostaria de fazer algo em vosso benefício. Dinheiro não possuo e isto que vos dei agora parece de pouco valor; mas tudo depende de ser usado com inteligência. Basta que procureis um país onde esses objetos sejam desconhecidos e tereis a fortuna nas mãos.

Os três irmãos afortunados Contos de fadas

Pouco depois o pai faleceu; então o filho mais velho foi-se pelo mundo afora com o galo, mas, por onde quer que passasse, o galo já era bem conhecido: via-o de longe nas cidades, no alto das torres, a girar com o vento; nas aldeias ouvia mais de um cantar e ninguém se admirava do seu; não lhe parecia, absolutamente, que viesse a fazer fortuna com o pobre galo. Tanto andou e perambulou que, por fim, foi ter a uma ilha, e lá a gente ignorava o que fosse um galo e até mesmo como se dividia o tempo durante o dia. Naturalmente sabiam distinguir a manhã e a tarde, mas à noite, se não estavam dormindo, não sabiam a quantas andavam. – Olhai! – disse o moço, – vede que soberbo animal! Tem uma coroa da cor rubra dos rubis na cabeça e usa esporas como um cavaleiro; à noite vos chama três vezes, na hora certa; a última vez é quando está surgindo o sol. Mas, se cantar em pleno dia, precavei-vos, pois anuncia mau tempo. A novidade agradou a todos. Naquela noite ninguém dormiu e, com grande júbilo, ouviram o galo anunciar sonoramente o tempo, às duas, às quatro e às seis horas. Perguntaram ao moço se o galo estava à venda e quanto queria por ele. – Oh, ele custa tanto ouro quanto pode um burro carregar, – respondeu o moço. – Ora, isso é uma ninharia por um animal tão precioso! – exclamaram todos. E com a maior satisfação deram-lhe o que pedira. Quando o moço regressou a casa com toda aquela riqueza, seus irmãos ficaram pasmos, e então o segundo disse:

– Também eu quero sair por ai, a ver se o meu alfanje rende tanto! Mas parecia que isso não sucederia: por toda parte encontrava camponeses com alfanjes iguais ao seu. Finalmente, porém, também ele teve sorte numa ilha onde os habitantes ignoravam completamente esse utensílio. Pois lá, quando o trigo estava maduro, postavam os canhões diante dos campos e ceifavam-no a tiros de canhão, Mas o processo não era dos melhores. As vezes alguém ultrapassava o objetivo, outros ao invés atingiam as espigas fazendo-as voar longe, de maneira que muito grão se perdia e, ainda por cima, faziam um barulho infernal. O moço aproveitou a oportunidade, pôs-se a trabalhar e ceifou tão silenciosamente e com tanta rapidez, que o povo ficou de boca aberta pelo espanto. Ficaram todos muito satisfeitos em pagar-lhe o que exigia; e ele pediu um cavalo carregado com tanto ouro quando pudesse transportar. Diante disso, o terceiro irmão, também, quis procurar o que lhe era devido, com o seu gato. Sucedeu-lhe o mesmo que aos dois irmãos maiores. Enquanto permaneceu em terra firme, nada havia a fazer; por toda parte havia tantos gatos que era preciso afogar os recém-nascidos. Finalmente, fez-se conduzir a uma ilha e lá teve a sorte de que nunca tinham visto um gato, e os ratos se haviam multiplicado de tal maneira que chegavam a dançar nos bancos e nas mesas, devorando tudo, estivessem ou não presentes os donos da casa. O povo andava desesperado e o próprio rei não encontrava solução para esse flagelo; os ratos, faziam, livremente correrias por todos os cantos do palácio real e roíam tudo quanto lhes caísse sob os dentes. Então o moço levou para lá o gato que se lançou logo à caçada; dentro de algumas horas limpou várias salas. O povo, então, suplicou ao rei que adquirisse esse maravilhoso animal para o reino. O rei deu com satisfação o que o moço exigiu: um burro carregado de ouro; assim o terceiro dos irmãos regressou para casa tão rico como os outros. Entretanto, no castelo real, o gato divertia-se a valer com os ratos e matou tantos que era impossível contá-los. Por fim, estava tão acalorado pelo trabalho que sentiu sede; levantando a cabeça, pôs-se a gritar: – Miau, miau, miau! Ao ouvir esse estranho miado, o rei e toda a corte se espantaram e cheios de terror fugiram para fora do castelo. O rei convocou o conselho para resolver o que deviam fazer. Então resolveram enviar um arauto ao gato para o intimar a deixar quanto antes o castelo, se não queria que empregassem a força. Os conselheiros opinavam:

– Preferimos mil vezes mais o flagelo dos ratos, pois já estamos habituados, antes que expor nossas vidas a esse monstro desconhecido. Um pajem foi incumbido de perguntar ao gato se preferia sair do castelo espontaneamente, mas o gato, que morria de sede, não sabia responder senão com o seu: Miau, miau. O pajem julgou entender que ele dizia: – Não, não, – e transmitiu essa resposta ao rei. – Então, – disseram os conselheiros, – terá de ceder pela força. Postaram os canhões e atiraram até incendiar o castelo. Quando o fogo atingiu a sala onde se encontrava o gato, este pulou agilmente a janela e fugiu. Os assediantes, porém, não o tendo visto, continuaram a bombardear o castelo até reduzi-lo a um montão de escombros.

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Antecedentes

Interpretações

Língua

„Os três irmãos afortunados“ é um conto que integra o vasto repertório dos Irmãos Grimm, cuja narrativa explora temas de engenhosidade, sorte e a busca por fortuna em lugares inusitados.

A história começa com um pai idoso que, consciente de sua iminente morte, decide deixar uma curiosa herança para seus três filhos: um galo, um alfanje e um gato. Ele aconselha os filhos a usarem esses objetos de maneira inteligente, buscando terras onde eles sejam desconhecidos para alcançar a prosperidade.

Cada irmão segue um caminho distinto, encontrando finalmente uma ilha onde seus objetos ganham valor surpreendente. O mais velho descobre uma terra onde o som do galo é novidade, valendo tanto ouro quanto um burro pode carregar. O segundo irmão encontra um povo que colhe trigo com tiros de canhão, tornando o seu alfanje uma ferramenta revolucionária, novamente recebendo uma fortuna em ouro. Por último, o terceiro irmão chega a um reino assolado por ratos, onde seu gato faz sucesso ao controlar a praga, recebendo também um pagamento substancial.

Porém, a corajosa empreitada do gato culmina em um final inesperado. Quando o felino, após cumprir sua função, emite um simples „miau“, a corte, desconhecendo o som, entra em pânico, levando à destruição do castelo em uma tentativa de expulsá-lo.

A fábula ilustra não apenas a vantagem de usar ferramentas e habilidades em locais ou contextos desconhecidos, mas também sugere como a novidade e o desconhecido podem gerar tanto oportunidade quanto medo. Esta história dos Irmãos Grimm, como muitas de suas narrativas, mistura elementos de humor, sabedoria e uma crítica sutil à resistência ao novo e ao que não é compreendido.

O conto „Os Três Irmãos Afortunados“ dos Irmãos Grimm apresenta uma narrativa cheia de simbolismo e moralidade, características comuns dos contos de fadas clássicos. Neste conto, os três irmãos recebem presentes aparentemente insignificantes de um pai prestes a falecer, mas cada presente tem o potencial de trazer fortuna se usado com sabedoria e em locais apropriados.

A história destaca a importância da adaptabilidade e da capacidade de enxergar valor onde outros não veem, uma vez que cada irmão encontra sucesso ao levar seus presentes a lugares que desconheciam esses itens. Isso pode ser interpretado como uma lição sobre a importância de conhecer o contexto e o valor único que algo pode ter dependendo do cenário em que é aplicado.

Valor e Utilidade do Conhecimento: Os objetos dados aos irmãos (um galo, um alfanje e um gato) podem simbolizar conhecimentos ou habilidades específicas. O conto sugere que essas podem ser inestimáveis se forem aplicadas em contextos onde não são comuns. Assim, a história valoriza o papel da inovação e da diferença em criar oportunidades.

Oportunismo e Empreendedorismo: Cada irmão mostra características empreendedoras ao identificar e explorar nichos de mercado únicos com os seus „produtos“. Esta leitura pode servir como um comentário sobre a importância de identificar oportunidades onde outros não enxergam potencial.

Cautela com o Desconhecido: A reação dos habitantes da ilha à presença do gato pode ser vista como um aviso contra o medo irracional do desconhecido. A escolha de destruir o castelo por medo do „monstro“ desconhecido (o miado do gato) ilustra a cegueira que o medo pode causar e suas consequências desnecessárias.

Interação com o Ambiente e Mudança: O sucesso dos irmãos vem não do valor intrínseco dos objetos, mas de sua interação com um ambiente em que esses objetos são desconhecidos. Isso ressalta a ideia de que o valor está muitas vezes na novidade e na capacidade de transformar ambientes ao invés de estar em qualidades intrínsecas.

„Os Três Irmãos Afortunados“ ensina que o valor das coisas pode mudar radicalmente dependendo do contexto e da perspectiva adotada. Nos contos de fadas dos Irmãos Grimm, tais narrativas servem muitas vezes como metáforas para modos de interagir com o mundo, destacando a prudência, a astúcia e a inovação como virtudes essenciais para alcançar a fortuna e o sucesso.

„Os Três Irmãos Afortunados“ é um conto dos Irmãos Grimm que ilustra a jornada de três irmãos em busca de fortuna usando objetos aparentemente triviais dados por seu pai: um galo, um alfanje (sabres curvos) e um gato. Cada um deles encontra uma região ou ilha onde seu respectivo objeto é desconhecido e, devido ao ineditismo desses itens, conseguem obter grandes recompensas.

Galo: O primeiro irmão encontra uma ilha onde as pessoas desconhecem tanto o galo quanto a ideia de medição do tempo, e ele usa isso para introduzir um método de cronometragem. O galo aqui simboliza a ordem e estrutura, algo que a população da ilha valoriza ao ponto de recompensá-lo generosamente.
Alfanje: No caso do segundo irmão, o alfanje representa avanço tecnológico e eficiência. Enquanto a população daquela ilha utilizava canhões rudimentares para ceifar trigo, a habilidade do alfanje para realizar o trabalho de forma silenciosa e eficiente mostra o valor do conhecimento prático.
Gato: Para o terceiro irmão, o gato é a solução para um problema de pragas (ratos) que ameaça a estabilidade da vida local. O gato simboliza o instinto caçador e a habilidade de resolver problemas de maneira natural e quase milagrosa, até que seu „miado“ gera um mal-entendido catastrófico.

Cultura e Desconhecimento: O conto explora a ideia de que o desconhecido pode ser extremamente valioso. Cada irmão se beneficia da introdução de algo novo e, portanto, desconhecido, para resolver problemas que a tecnologia ou cultura local não conseguem solucionar.

Ironia e Sátira: O conto utiliza a ironia, especialmente no desfecho do terceiro irmão, onde o mal-entendido em relação ao „miado“ do gato leva à destruição do castelo. Isso sugere a irracionalidade do medo e a tendência humana de reagir defensivamente a algo que não se compreende.
Moral Implícita: Embora o conto seja fantástico, ensina sobre a virtude da adaptabilidade e o valor do conhecimento cultural e prático. Os irmãos são recompensados pela aplicação inteligente dos objetos em novos contextos.

Ambiência e Evolução: O contraste entre a falta de compreensão inicial nas ilhas e a subsequente admiração pelas invenções (ou seres) dos irmãos mostra como a evolução e o progresso podem ser introduzidos por simples atos de importação cultural e tecnológica.

Este conto fala sobre inventividade, o valor do conhecimento, e como a perspectiva pode transformar algo comum em uma solução inestimável para quem nunca teve acesso a tal opção. É uma reflexão sobre a importância de enxergar além do óbvio e da habilidade de identificar oportunidades a partir daquilo que é subvalorizado ou desconhecido.


Informação para análise científica

Indicador
Valor
NúmeroKHM 70
Aarne-Thompson-Uther ÍndiceATU Typ 1650
TraduçõesDE, EN, EL, DA, ES, FR, PT, HU, IT, JA, NL, PL, RU, TR, VI, ZH
Índice de legibilidade de acordo com Björnsson38.8
Flesch-Reading-Ease Índice26.5
Flesch–Kincaid Grade-Level12
Gunning Fog Índice17.6
Coleman–Liau Índice10.1
SMOG Índice12
Índice de legibilidade automatizado9.2
Número de Caracteres5.198
Número de Letras4.084
Número de Sentenças47
Número de Palavras928
Média de Palavras por frase19,74
Palavras com mais de 6 letras177
percentagem de palavras longas19.1%
Número de Sílabas1.758
Média de Sílabas por palavra1,89
Palavras com três sílabas227
Percentagem de palavras com três sílabas24.5%
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