Tempo de leitura para crianças: 3 min
Um senhor perguntou a um velho boiadeiro:
– Aonde preferes conduzir a manada de gado para pastar? -Aqui mesmo, Senhor, pois o capim não é muito gordo nem muito magro; do contrário não lhe faria bem. – Por quê? – perguntou o senhor. – Estais ouvindo aquele grito rouquenho lá no pasto? – respondeu o boiadeiro, – é o grito do alcaravão, o qual em tempos idos, foi pastor assim como a pega. Vou contar-vos a história:
– O alcaravão levava a manada a pastar nos campos verdejantes e gordos, onde havia flores em profusão; por isso as vacas ficavam rudes e fortes. A pega, ao contrário, conduzia os animais para o alto das montanhas áridas, onde o vento brinca com a areia, e as vacas ficavam cada vez mais magras e debilitadas. A tarde, quando deviam regressar as casas, o alcaravão não conseguia reunir as vacas, porque eram muito ativas e lhe fugiam para todos os lados. Ele, então, gritava:
– Volta, malhada, volta! – mas em vão; não havia uma que lhe obedecesse ao chamado. – A pega, pelo contrário, não conseguia fazer com que o gado levantasse, tão fraco e extenuado era ele. – Upa, upa, upa! – gritava ela, mas inutilmente: os animais continuavam impassíveis, deitados na areia. – Isto acontece a quem não conhece a justa medida. Ainda hoje, embora não mais pastoreiem o gado, o alcaravão continua gritando: „Volta, malhada, volta! e a pega repete: „Upa, upa, upa!“

Antecedentes
Interpretações
Língua
A história que você compartilhou é uma fábula dos Irmãos Grimm que ilustra a importância do equilíbrio e do bom senso, destacando as consequências de levar qualquer situação ao extremo. Na narrativa, o alcaravão e a pega agem como pastores, mas cometem erros opostos ao cuidar do gado.
O alcaravão leva o gado para pastar em campos férteis e cheios de flores, que, à primeira vista, parecem o lugar ideal. No entanto, o excesso de comida torna as vacas tão fortes e energéticas que se tornam incontroláveis, não obedecendo ao chamado do pastor para retornar.
Por outro lado, a pega conduz o gado para locais áridos e desolados nas montanhas. Essa escolha faz com que os animais fiquem extremamente fracos e debilitados, incapazes de se levantarem quando necessário.
A moral da história é clara: tanto o excesso quanto a escassez são prejudiciais, e a sabedoria reside em encontrar o equilíbrio. Hoje, os gritos do alcaravão e da pega servem como lembretes simbólicos dessa lição, mostrando que captar a „justa medida“ é essencial para o sucesso e o bem-estar.
O conto „A Pega e o Alcaravão“ dos Irmãos Grimm, como vários de seus contos de fadas, carrega uma lição moral profunda apesar de sua brevidade e simplicidade. Nesta história, temos dois personagens principais, o Alcaravão e a Pega, que são responsáveis por pastorear o gado para pastagens distintas. Essa tarefa, aparentemente simples, acaba oferecendo uma visão sobre a importância da moderação e do equilíbrio.
A Importância do Equilíbrio: O Alcaravão escolhe pastagens excessivamente ricas, resultando em vacas ativas demais, impossibilitando o controle do rebanho. A Pega, por outro lado, conduz suas vacas a áreas áridas, deixando-as fracas e incapazes de se mover. Essa dualidade traz a mensagem de que extremos, seja de riqueza ou de pobreza, podem ser prejudiciais. O equilíbrio é essencial para o bem-estar e manejo eficaz.
Consequências de Ações Excessivas: As dificuldades encontradas tanto pelo Alcaravão quanto pela Pega refletem as consequências naturais de escolher caminhos extremos. A história nos lembra que ações e decisões devem ser tomadas considerando um meio-termo que atenda às necessidades sem exagero.
Persistência dos Erros: Mesmo depois de suas experiências fracassadas, ambos os personagens continuam a expressar seus gritos característicos („Volta, malhada, volta!“ e „Upa, upa, upa!“), sugerindo que eles não aprenderam a corrigir seus erros. Isso pode ser interpretado como um alerta sobre a importância de aprender com nossos erros passados para evitar repeti-los.
Aplicação ao Cotidiano: No contexto moderno, a história pode ser vista como uma alegoria para a vida pessoal e profissional, onde a busca por equilíbrio entre trabalho e lazer, riqueza e satisfação pessoal, se torna essencial para uma vida saudável e harmoniosa.
Em suma, „A Pega e o Alcaravão“ nos lembra que o caminho da moderação é frequentemente o mais sábio e que é fundamental reconhecer e aprender com os erros para não perpetuar um ciclo de ineficácia.
O conto „A Pega e o Alcaravão“, dos Irmãos Grimm, é uma fábula que oferece uma lição sobre equilíbrio e a importância da moderação. A narrativa se desenrola por meio de uma conversa entre um senhor e um velho boiadeiro, que explica porque escolhe pastos nem muito ricos nem muito pobres para o gado, utilizando a história dos dois pássaros, o alcaravão e a pega, como exemplo.
O Alcaravão: Representa a abundância excessiva. Ao levar o gado para pastar em campos exuberantes, ele faz com que as vacas fiquem indisciplinadas e difíceis de controlar. Essa atitude simboliza o perigo do excesso e da indulgência desmedida.
A Pega: Representa a escassez extrema. Ao conduzir o gado a áreas áridas e sem nutrientes, a pega acaba por enfraquecer os animais, que se tornam incapazes de se mover. Isso exemplifica os riscos da privação e da falta de recursos adequados.
Moral da História:
A moral implícita é a importância de encontrar um equilíbrio. Tanto a abundância excessiva quanto a escassez extrema são prejudiciais. O boiadeiro busca o „capim não muito gordo nem muito magro“, simbolizando a virtude da moderação.
Estrutura e Estilo:
–
Diálogo Inicial: A história é introduzida por meio de um diálogo, uma técnica comum nos contos para atrair o leitor e contextualizar a narrativa.
Repetição: As frases repetitivas, como “Volta, malhada, volta!” e “Upa, upa, upa!”, são marcas registradas dos contos de fadas, reforçando a moral e facilitando a memorização do conteúdo.
Simplicidade e Clareza: O uso de uma linguagem simples e direta torna a história acessível, permitindo que a lição moral seja facilmente compreendida por leitores de todas as idades.
Os Irmãos Grimm coletaram contos populares na Alemanha do século XIX, um período em que a sociedade rural vivia em estreito contato com a natureza e o equilíbrio ecológico era vital para a sobrevivência. Essa conexão com a terra e o entendimento do meio ambiente estão refletidos na escolha do tema do conto.
Em conclusão, „A Pega e o Alcaravão“ é uma fábula que, por meio de uma narrativa simples e envolvente, ensina a importância da moderação e do equilíbrio, valores que transcendem o tempo e continuam relevantes.
Informação para análise científica
Indicador | Valor |
---|---|
Número | KHM 173 |
Aarne-Thompson-Uther Índice | ATU Typ 236 |
Traduções | DE, EN, DA, ES, PT, IT, JA, NL, PL, RU, TR, VI, ZH |
Índice de legibilidade de acordo com Björnsson | 31.4 |
Flesch-Reading-Ease Índice | 26.2 |
Flesch–Kincaid Grade-Level | 12 |
Gunning Fog Índice | 14.6 |
Coleman–Liau Índice | 10.9 |
SMOG Índice | 12 |
Índice de legibilidade automatizado | 5.7 |
Número de Caracteres | 1.376 |
Número de Letras | 1.052 |
Número de Sentenças | 20 |
Número de Palavras | 232 |
Média de Palavras por frase | 11,60 |
Palavras com mais de 6 letras | 46 |
percentagem de palavras longas | 19.8% |
Número de Sílabas | 463 |
Média de Sílabas por palavra | 2,00 |
Palavras com três sílabas | 58 |
Percentagem de palavras com três sílabas | 25% |